Geração 90
Volte e meia eu me flagro pensando em partidas do Coritiba decididas em um único lance, numa jogada isolada e que não foram poucas. Quem não lembra da vitória em 2004 sobre o Botafogo, com um gol de bicicleta do saudoso Alemão. Ou do golaço de fora da área do Helder naquele atleTIBA no Couto em 2014. O pessoal das antigas vai lembrar do golaço de Marildo contra o Flamengo no Maracanã em 1985.
Essas e tantas outras, são exemplos de partidas definidas pelo imponderável, aquele único detalhe, aquela jogada inesperada, fruto da inspiração técnica pontual e de um momento iluminado de um jogador, que pode ser contra ou a nosso favor. É aquele lance improvável, a bola que bate na trave e entra, o frango do goleiro, ou o gol contra do adversário. Talvez o futebol seja o esporte em que o imponderável está mais presente, e por essa razão talvez seja o mais apaixonante.
No último sábado, o imponderável nos presenteou com uma vitória. E que vitória. Quando não se está numa boa fase e principalmente quando o time não joga bem, a vitória parece ainda mais saborosa de se comemorar. Talvez porque ela venha acompanhada de um sentimento de alívio, aliado a uma pitada de esperança de que a maré pode mudar. O clima hostil que imperava no estádio antes da partida se transformou ao final em uma sensação momentânea de felicidade e de dever cumprido, sendo uma recompensa para uma torcida que apoiou e gritou até o último minuto da partida.
A sorte que não sorriu pra nós em tantos jogos neste campeonato brasileiro, resolveu aparecer no Couto Pereira. Primeiro pelo fato de Fabrício Daniel por duas vezes não ter saído de campo quando era pra ter sido substituído. Depois por ele mesmo, que vinha errando quase tudo até então na partida, ter tido a rara felicidade de acertar um belo chute de fora da área, fazendo o gol da vitória. Por fim, a sorte ainda nos ajudou na bola de Paolo Guerrero, que beijou a trave e saiu para a linha de fundo, levando consigo a zica que vinha assombrando o time nos momentos finais das últimas partidas em casa.
Fato é que nenhum time pode sobreviver da sorte, e esperamos que o Coritiba nem sempre precise dela. Mas é inegável que a sorte sorri somente para aqueles tentam, que arriscam, que persistem, e que não desistem.
Acredito que nenhum torcedor Coxa Branca saiu do Couto Pereira no sábado achando que a chave virou e que agora o rebaixamento não é mais a nossa realidade. Muito pelo contrário. A guerra contra o descenso é longa e teremos muitas batalhas pela frente. Demos apenas o primeiro passo.
Alef Manga
Nesta temporada já critiquei muito o atacante Alef Manga, principalmente em virtude de seu comportamento, as vezes displicente, outras vezes muito individualista. Porém, faço coro ao meu amigo Ricardo Honório na defesa deste jogador.
Em que se pese seus defeitos, Alef Manga é um jogador de grande importância para o Coritiba. Temos que reconhecer que dos atacantes de lado, é o atleta mais participativo nas jogadas de ataque, e que mais proporciona chances de gols. Com a saída de Igor Paixão seu fardo ficou ainda mais pesado.
Não achei justo o que fizeram com ele na chegada ao Couto Pereira no sábado. Se não é um craque, Alef Manga já mostrou nesta temporada que pode ajudar e muito o Coritiba nesta dura caminhada para permanecer na primeira divisão. Se fosse pra chamar algum jogador de pipoqueiro, teria no mínimo uma meia dúzia de jogadores na frente dele nesta fila.
Dá-lhe Coxa!
Saudações Alviverdes!
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