Geração 90
Coritiba 1 x 0 Santos. Embora o resultado sugira um jogo pegado, equilibrado e decidido nos detalhes, o que aconteceu nesta quarta feira no Couto Pereira foi um verdadeiro massacre técnico e tático por parte do Coritiba.
Desfalcado de duas peças importantes, Léo Gamalho e Thonny Anderson, o Coritiba entrou em campo reunindo várias qualidades: Organização tática, vibração, agressividade, marcação alta, e aquele jogo vertical focado na meta adversária que a torcida tanto gosta.
Vários jogadores considerados reservas superaram a críticas que vinham recebendo por parte da torcida e da imprensa, e jogaram muita bola. Guilherme Biro colocou o talentoso Ângelo no seu bolso, e ainda apoiou muito bem no ataque. Matheus Alexandre foi seguro na lateral direita, mostrando muita velocidade de recomposição com suas passadas largas. Régis voltou a ser aquele meia com ótima distribuição de jogo, com bons passes e um excelente posicionamento. E Cleyton, surpreendeu a todos, fazendo a função de pivô com qualidade, sendo ágil e habilidoso pra fazer tabelas e vencer o zagueiros santistas.
Willian Farias e Andrey dominaram o meio campo, marcando implacavelmente e ajudando a criar jogadas para o gol. Farias aliás, só não marcou o gol mais bonito de sua carreira porque o goleiro João Paulo estava numa noite iluminada, impedindo uma goleada tão histórica quanto o 6 x 0 para o Palmeiras em 2011.
No ataque, Alef Manga mostrou mais uma vez como gosta de marcar gols no Couto Pereira, especialmente em jogos grandes. Fez um bonito gol, num momento em que a meta santista parecia intransponível, após sucessivas tentativas barradas pelo goleiro adversário. Assim como foi contra o Goiás, novamente fez valer a lei do Ex, e apesar de ser santista declarado, não entrou naquela onda ridícula de não comemorar, mostrando o devido respeito a torcida e ao clube que lhe deu a maior oportunidade da sua carreira.
Grande destaque também para o treinador Gustavo Morínigo que soube escolher com maestria as peças a serem utilizadas, implementando um esquema de jogo que anulou os pontos fortes do time do Santos, e criou um hiato entre o meio campo e o ataque adversário, deixando o time santista estéril na maior parte do tempo.
Se o resultado poderia ser melhor, o desempenho Coritibano impressionou demais. E muita gente vai dizer: Desempenho não adianta, o que importa é bola na rede. Eu discordo. Quando ganhávamos jogos com desempenhos pífios no começo do brasileiro de 2020, toda a torcida sabia que aquilo era o prenúncio de um futuro desastroso. O desempenho do Coritiba nestes dois jogos contra o Santos pode não ter resultado em placares compatíveis com o bom futebol apresentado, mas é uma certeza que estamos no rumo certo para trilhar um caminho vencedor, ou que pelo menos garanta uma posição tranquila nesta série A.
Por fim, há mais um fator especialmente importante a ser extraído do jogo desta quarta. Aquele Coritiba que não se acovarda contra times de camisa, que joga sem medo de ir pra cima, e que encarna verdadeiramente a alma guerreira parece estar voltando. Apesar da vitória magra, o torcedor alviverde saiu orgulhoso do Couto Pereira, pois viu um time jogar no nível da tradição Coxa Branca, com o entrosamento e a organização para superar adversários mais qualificados, e com a atitude e o comportamento de quem almeja coisa maiores nesta temporada.
Dá-lhe Coxa!
Saudações Alviverdes!
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