Geração 90
Já faziam cinco anos que não comemorávamos o título estadual. E pra quem é o maior campeão paranaense de todos os tempos, com 13 títulos a frente do segundo colocado, isso é muito tempo.
Depois da vitória de 2 x 1 em Maringá na quarta feira, quase toda a torcida Coxa Branca dava como certa a conquista do Campeonato Paranaense na tarde deste domingo. Mas futebol é futebol, e neste esporte nunca podemos subestimar um time ou ignorar o imponderável.
Apesar do domínio Coxa Branca absoluto no primeiro tempo, o time do norte do Paraná soube jogar como franco atirador, aproveitando as falhas do Coritiba e sendo fatal nos contra ataques. Num destes lances Willian Farias tocou curto demais para Andrey, que não percebeu o jogador adversário chegando. Matheus Bianchi roubou a bola, avançou e chutou no canto sem chances para Muralha. O jogo que parecia fácil, se tornou difícil. No resto da primeira etapa o que se viu foram gols perdidos pelo lado do Coritiba e lances perigosos por parte dos visitantes, sendo um deles uma bola no travessão bem no final do primeiro tempo.
Apesar do risco que o placar indicava no intervalo, a torcida Coxa Branca não transparecia insegurança, afinal o rendimento do time não era condizente com o placar, e a impressão era de que com alguns ajustes o time encaixaria seu jogo no segundo tempo.
Além de voltar com a mesma postura ofensiva, o Coritiba voltou muito mais ligado para a segunda etapa. Em apenas 7 minutos, o time virou o placar e decidiu a partida, com um golaço de Manga e com dois gols do craque do campeonato, Igor Paixão. Houve tempo ainda para mais um gol do bom time do Maringá, que fez o que pode para valorizar o título Alviverde, e para mais um golaço de Léo Gamalho, que merecidamente terminou como artilheiro do Campeonato.
Esse Coritiba versão 2022 tem lembrado um pouco o time de 2011 em alguns aspectos. Não tem grandes estrelas no elenco, joga com confiança, de forma vertical e ofensiva, sem muitos toques de bola estéreis para o lado, e aceita correr riscos para vencer as partidas. Foi assim nos atleTIBAS e foi assim nesta final.
A taça de Campeão Estadual não deve alterar em absolutamente nada o planejamento do clube para a sequência da temporada. O título não torna o time pronto para a série A, tampouco representa que tudo está perfeito no Alto da Glória. Mas sim, esta conquista deve ser MUITO comemorada!
Deve ser comemorada porque premia um trabalho de uma Comissão Técnica e de uma Diretoria muito séria e profissional. Deve ser comemorada porque consolida um momento de crescimento e evolução do time. E deve ser comemorada, principalmente, por uma torcida apaixonada que correspondeu a um chamado, e já soma 34 mil sócios que certamente darão a sustentação para conquistas ainda maiores.
Dois nomes não podem deixar de ser lembrados neste momento. Um deles é o treinador Gustavo Morínigo, que de um retranqueiro contumaz se tornou um treinador ousado e ofensivo, mostrando que não tem rótulo e trabalha de acordo com o material humano que tem em mãos. O outro sem dúvida, é Renato Follador.
O nosso eterno Presidente, que foi homenageado com o nome deste Estadual, foi o grande responsável por alimentar lá atrás a esperança no combalido coração do torcedor Coxa Branca. Ninguém imaginava a pouco mais de um ano atrás, que era possível resgatar a credibilidade administrativa e equilibrar a situação financeira do clube, montar bons elencos e reconquistar a hegemonia estadual em tão pouco tempo.
A filosofia de Renato Follador, implantada por ele e continuada por seus pares, foi o fator responsável por nos trazer de volta a Séria A do Campeonato Brasileiro, por manter o mesmo treinador por mais de um ano, por nos propiciar o primeiro ano financeiramente saudável em 14 anos, e por fazer com que 34.000 Coxas Brancas se tornassem sócios, acreditando neste projeto vencedor, fato nunca antes visto na história do Clube.
Por este caneco e por tudo o que fez pelo Coritiba, meu muito obrigado a você Renato Follador.
Óh Glorioso, como é bom te ver campeão de novo!
Dá-lhe Coxa!
Saudações Alviverdes!
A opinião dos colunistas não refletem, necessariamente, a opinião do site.
Cada colunista tem sua liberdade de expressão garantida e assinou um termo de uso desse espaço.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)