Geração 90
Futebol é um esporte que muitas vezes o psicológico prevalece sobre a técnica. Talvez por este motivo seja o esporte em que é mais comum vermos um Davi derrotar um Golias, ou um time repleto de estrelas sucumbir num campeonato, como o Grêmio na série A desta temporada.
Plagiando meu colega Brandão, “este Coritiba que nos deram pra torcer” é um time de jogadores bastante experientes, com boas lideranças, sendo que muitos já estão na fase final de suas carreiras. Durante a série B vimos estes jogadores fazerem a diferença, administrando vitórias nos pequenos detalhes, sabendo morcegar o jogo quando necessário e aproveitar aquelas vaciladas do adversários.
Mas as coisas mudaram.
Desde que as torcidas voltaram aos estádios o Coxa não venceu mais fora de casa, e contabilizou atuações vexatórias longe do Alto da Glória. Vexatórias não pelo placar, não necessariamente pelo nível técnico das atuações, mas sim pela postura em campo. Ao invés de esperar o adversário e jogar no erro dele, o time tem se acovardado e abdicado de jogar, algo inaceitável para qualquer torcedor Coxa Branca.
A partida contra o Goiás foi mais uma delas. O time esmeraldino não é tecnicamente superior ao do Coritiba. Mas enquanto o time coxa branca atuou como se estivesse administrando uma elástica vitória, o Goiás entrou com sangue no olho, jogando no seu limite técnico e físico, brigando por todas as bolas e até usando uma força excessiva de vez em quando, natural quando se trata de partidas decisivas. O placar foi bem mentiroso, pois por muito pouco não tomamos uma sonora goleada.
Ainda bem que durante o campeonato formamos uma gordura, que contará muito a nosso favor nas três partidas que restam. Mas o elenco Coxa Branca que não se engane, o Brasil-RS apesar de já rebaixado, não vai facilitar em nada o jogo de domingo. Jogando sem pressão e com jogadores querendo contratos pra próxima temporada, o time de Pelotas vai tentar aproveitar a todo instante a pressão com que o time do Coritiba entrará em campo. Por isso é fundamental que a torcida Coxa Branca apoie incondicionalmente os 90 minutos, mais uma vez.
Quanto ao técnico Morínigo, apesar de admirar o trabalho do Paraguaio, espero que ele esteja mais inspirado, especialmente nas suas substituições. Contra o Goiás estava evidente que o time não poderia ter voltado igual para o segundo tempo. Rafinha não tinha condições físicas, e Matheus Sales não havia passado do meio de campo.
Aliás sobre Matheus Sales cabe um parêntesis. Estava eu, após o jogo aguardando o início da live Coxanautas, quando ocasionalmente sintonizei numa conhecida estação de rádio de Curitiba ouvindo a avaliação de um dos comentaristas. Eis que o mesmo cravou que Morínigo deveria ter tirado Willian Farias em vez do Matheus Sales alegando que Sales atua de forma mais ofensiva que Val. Neste momento pensei: Ou eu não sei nada sobre futebol ou realmente essa turma precisa passar num oftalmologista pra observar melhor as partidas e fazer direito o trabalho que são pagos pra executar. Lamentável. Pensei até em propor para o Ricardo Honório ministrar um curso pra esses caras.
Voltando ao que interessa, temos agora a grande reta final que inclui três partidas, sendo duas dentro de casa. Embora nestes dois jogos o Coritiba conte com o maciço apoio de sua torcida, de nada vai adiantar a atmosfera positiva se o time entrar mole e achando que vai ganhar por osmose. O que nos deixa tranquilo é o fato do Coxa ter correspondido nas últimas duas partidas no Couto Pereira, obtendo vitórias convincentes. Mas na reta final o bicho pega, é igual mata mata. É momento de separar os homens dos meninos, ou seja os fortes e os fracos no sentido psicológico. Por sinal, Natanael no alto de seus 19 anos foi jogador mais “homem” em campo na quarta feira, servindo de exemplo para os demais.
É assim que se joga partidas decisivas, é assim que se conquista coisas. Que neste domingo o Coritiba demonstre dentro de campo o seu tamanho, a sua história, e honre os milhares de abnegados que chegarão no Couto bem mais cedo, e que estarão gritando sem parar nas arquibancadas para que a vitória volte a aparecer, e quem sabe o acesso finalmente se torne uma realidade.
Dá-lhe Coxa!
Saudações Alviverdes.
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