Geração 90
Quando Léo Gamalho perdeu aquela penalidade no jogo desta sexta feira estava caracterizada a pá de cal numa jornada extremamente infeliz do time alviverde. Desde a passividade da defesa, passando pela ausência de criatividade no meio campo e terminando com a falta de contundência no ataque, a atuação do Coritiba na partida contra o Cruzeiro foi daquelas em que não há nada a se enaltecer.
Porém o jogo, que representou apenas a quinta derrota do Coxa no campeonato e que encerrou uma longa série invicta do time, parece ter mais uma vez tirado todo o crédito de um elenco que vem superando seus limites desde o início da competição e ocupa a doze rodadas a liderança desse campeonato.
A derrota, pelo placar dilatado, propiciou o cenário perfeito para o ressurgimento dos arautos do caos que insistem em criar uma crise no Alto da Glória, e que a cada oscilação vão as redes sociais pedir a cabeça do treinador tentando descredibilizar todo o trabalho que está sendo feito. Talvez estes estejam com saudade do ano de 2018 quando estávamos na exata situação em que o Cruzeiro se encontra hoje, ganhando um jogo aqui, outro ali, mas praticamente sem chances de acesso.
É lógico que a derrota doeu na nossa alma e que ninguém está satisfeito com o rendimento da equipe nos últimos jogos. Mas tem certas coisas que fogem completamente do limite da lógica. Alguns comentários chegaram até atribuir ao Coxanautas e ao nosso otimismo a razão pela má fase do time, o que beira a insanidade.
Parte da torcida parece ter esquecido que no início do campeonato tínhamos um elenco desacreditado, uma situação financeira delicadíssima, e um treinador altamente questionado. Muitos diziam que estávamos fadados a cair para 3ª divisão. Todos queriam a solução de sempre: mudança do treinador e a contratação de uma barca de jogadores. Naquela ocasião, o saudoso Presidente Renato Follador resistiu a pressão e manteve o planejamento, mostrando que nem sempre a voz do povo é a voz de Deus.
Outros andam dizendo que o Coritiba tem tido sorte no campeonato, vencendo jogos pelo placar mínimo e escapando de derrotas. Me desculpem, nenhuma sorte resiste a 29 rodadas. A história e os números provam isso. O que temos é um time bastante regular e um treinador que tem conseguido fazer os atletas jogarem no seu limite, na maioria das partidas.
O momento do campeonato pede que toda essa emoção dê lugar a frieza. Temos nove rodadas em que precisamos fazer dez pontos. É hora de parar de ficar falando em título, de menosprezar adversário, e achar que vamos ganhar jogos antes de entrar em campo. É preciso que todos nós voltemos a ter aquela humildade lá de trás, de comemorar o placar magro e de valorizar as pequenas coisas.
Para os jogadores é um momento de trabalhar muito mais o lado psicológico do que o lado técnico e tático. A partir de agora não dá mais pra admitir o time entre em baixa rotação nas partidas e competindo menos que o adversário. A gordura agora foi queimada, e a sequência dos próximos 3 jogos não será nada fácil.
Mas acima de tudo é preciso que a torcida esteja em sintonia com o time, que acredite até o final, apoie, incentive e passe energias positivas. De negatividade já estamos cheios, pois já tem muita gente querendo o mal do Coritiba.
Estamos em uma temporada chave para a viabilidade do nosso clube nos próximos anos, e o objetivo está muito próximo. Não é a hora de maximizar as críticas. Não é hora de fomentar crises. O poder do que dizemos e compartilhamos é muito maior que imaginamos. Precisamos de foco e união total, como tivemos nas retas finais de 2007 e 2010, para que muito em breve possamos comemorar o nosso tão almejado retorno ao lugar de onde nunca deveríamos ter saído.
Dá-lhe Coxa!
Saudações Alviverdes.
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