Geração 90
O Coritiba enfrenta o frágil Paraná Clube, as 16h, no Couto. Frágil é um adjetivo geralmente utilizado para fazer referência a aquele time coadjuvante, de quem não se espera muito, seja por incapacidade técnica ou pouca expressão. E neste momento chamar o Paraná de frágil não significa soberba, tampouco desprezo a sua história ou a sua torcida, mas sim a constatação da dura realidade atual que vive nosso apequenado rival.
Quem diria, aquele Paraná Clube que nos incomodava na década de 90, que era pra ser o clube mais rico do estado, o clube do futuro, que tinha mais patrimônio, e que contribuiu para que passássemos um longo jejum de títulos estaduais naquela época.
O que causou essa queda vertiginosa do Paraná, é o mesmo mal que nos aflige já há alguns anos: Gestão esportiva amadora no sentido mais literal da palavra. Isso significa contratar jogadores sem processos de avaliação, não ter estruturas mínimas de observação, monitoramento e captação de atletas, tanto da base, quanto no profissional. Sem isso, muitos clubes tentam sobreviver com o status, supondo que sua vitrine, sua história, sua torcida, seu passado vitorioso de outrora vão sustentar o presente e o futuro. Ledo engano. Estes dirigentes acabam logo se tornando reféns de empresários da bola e seus dvd’s, oneram o futuro do clube com contratos mal feitos, e se iludem, como torcedores que são, contratando medalhões a preço de ouro.
Qualquer semelhança com a antiga gestão do Coritiba não é mera coincidência. Prova disso é que o custo mensal de toda estrutura gerencial recém criada pelos novos dirigentes, somada aos salários de atletas destaques como Val e Igor juntos, não chegam nem perto de pagar o salário do Ricardo Oliveira. Vários remanescentes do ano passado (Cerutti, Salles, Bueno, Natanael, Luizinho, Biro), e que foram titulares em 2020, estão com dificuldades de encontrar seu espaço no elenco atual, provando a diferença de patamar entre os elencos. A verdade é que uma estrutura de futebol minimamente profissional e qualificada não traria pelo menos 50% dos jogadores contratados pelo Coritiba nesta última temporada.
Mas para o bem da nação alviverde, avaliando estes primeiros 4 meses de trabalho da nova gestão, é possível afirmar que estamos estancando esse processo de “paranização”, e finalmente podemos vislumbrar um horizonte mais promissor a nossa frente, torcendo para que as convicções estabelecidas até então sejam mantidas, e logo chegue a hora de colher os frutos.
A mudança de rumo é tão impactante e motivadora, que a torcida Coxa Branca já anseia com grande apetite um possível atletiba na próxima fase da copa do brasil, cujo sorteio se dará nesta sexta-feira (23).
Quanto ao jogo de sábado, imagino que enfrentaremos um cenário semelhante ao da partida contra o organizado time do Azuris, que apostou numa tática reativa, com os 11 jogadores atrás da linha da bola, e quase logrou êxito. Porém, sem ignorar as falhas ocorridas no decepcionante empate, atribuo o resultado muito mais a má jornada de alguns jogadores do Coritiba do que propriamente a tática do time do sudoeste, que não fosse a sorte das bolas na trave e do pênalti concedido por Willian Farias, certamente teria saído derrotado do Couto Pereira. Contudo, é interessante que o time enfrente o máximo de adversários postados dessa maneira, pois jogos assim obrigam o time a testar seu poder de fogo, de criatividade, de infiltração, bem como suas variações táticas, sendo uma excelente preparação para a série B mais difícil da história que se avizinha.
Que neste sábado nosso processo de reconstrução dê mais um passo, e que a alma guerreira esteja novamente presente em nossos jogadores, rumo a mais um vitória.
Dá-lhe Coxa!
Saudações Alviverdes.
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