Geração 90
Depois de dias conturbados envolvendo proposta de mudança de escudo e especulações sobre SAF, o Coritiba foi a arena da baixada enfrentar o cap, tentando dar ao seu torcedor a primeira mostra de bom futebol na temporada.
Até conseguiu, mas por pouco tempo, mais precisamente até os 24 minutos do primeiro tempo, quando numa bobeada de Victor Luiz tomou o empate e viu o adversário crescer na partida.
No final, as inacreditáveis cenas de selvageria acabaram por deixar em segundo plano o que realmente importa, o rendimento dentro de campo, que não foi nada satisfatório.
Não penso que o resultado foi ruim e tampouco injusto, afinal o rival jogou melhor e tem um time muito mais encorpado e entrosado.
Devemos reconhecer também que não faltou garra e vontade aos atletas alviverdes, que seguraram a pressão basicamente todo o segundo tempo.
No entanto, há muito o que se ressalvar no que vimos nestes primeiros sete jogos.
No gol Gabriel reina soberano, carecendo apenas de um reserva minimamente confiável.
O time continua órfão de uma dupla de zaga mais consistente e confiável, apesar da jornada regular de Marcio e Chancelor no clássico.
Nas laterais precisamos de um suplente para repor a iminente saída de Nathan Mendes na direita, e um lateral de igual ou maior capacidade técnica que Victor Luis na esquerda, para disputar a titularidade da posição.
Na meia defensiva estamos bem servidos. Apesar da jornada apagada de Bruno Gomes e Jesus Trindade no atleTIBA, ambos tem muito crédito e já mostraram que serão protagonistas nesta temporada. Ainda temos Andrey e Urso como opções, além da provável vinda de Liziero. Neste cenário, o clube fez bem ao emprestar Geovane Meurer e Maiky para o Pouso Alegre/MG, onde poderão ganhar experiência e ter minutos em campo. Bernardo poderia ter o mesmo destino, afinal a tendência é que o prata da casa perca espaço com os retornos e chegadas de novos volantes.
Na meia ofensiva e extremos não faltam opções, porém espera-se mais de Marcelino Moreno, Fabrício Daniel e em especial Willian Potker, que muito pouco produziu nestas primeiras partidas.
Pelo lado positivo "ganhamos" um reforço com a grata ascensão de Kaio Cézar, que passou de uma mera promessa a uma realidade imediata, dando mostras que em questão de pouco tempo se tornará um grande ativo técnico e financeiro do clube.
Já Manga e Pinho tem cumprido muito bem o seu papel, consolidando a titularidade no ataque. Pelo visto até aqui, para o campeonato brasileiro precisaremos de pelo menos mais um centro avante e um atacante de lado, até porque Cadorini não deve permanecer até o fim da temporada.
Talvez a grande dúvida até o momento resida no banco de reservas. Longe de querer queimar o treinador, afinal a amostra ainda não é suficiente para decretar se o técnico Antônio Oliveira é o cara certo para conduzir o time nessa temporada. Mas confesso que algumas atitudes de gajo tem me incomodado. A insistência com três volantes de marcação sem variação tática, o posicionamento equivocado de Marcelino Moreno como extremo e a conduta exagerada a beira de campo e nas entrevistas merece ser melhor observadas.
A partir de agora os testes acabaram, e restam poucos dias para a estreia na Copa do Brasil. Cabe ao treinador fazer esse time evoluir, encorpar e convencer dentro de campo. As peças à disposição não são condizentes com o rendimento visto até aqui, em especial nos jogos contra Aruko, Rio Branco e Maringá. O pragmatismo tático precisa dar lugar a versatilidade, permitindo posicionar os atletas de acordo com suas melhores características, onde podem render mais. O pior defeito que um treinador de futebol pode ter é a teimosia. Espero que Antônio Oliveira não seja teimoso.
Dá-lhe Coxa!
Saudações Alviverdes.
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