Geração 90
O torcedor Coxa Branca iniciou o ano de 2023 com um sentimento de empolgação que há muito tempo não era sentido pelas bandas do Alto da Glória.
De forma surpreendente, o clube assumiu uma postura agressiva no mercado buscando atletas que normalmente não estariam acessíveis ao padrão dos cofres alviverdes como Rodrigo Pinho, Junior Urso e Marcelino Moreno.
Nos últimos cinco anos, quem pensaria que o clube estaria disputando atletas no mercado com o Boca Juniors, e adquirindo direitos econômicos de um jogador do Benfica? Nestes últimos anos vivemos de atletas encostados em outros clubes e do “resto” que o mercado nos oferecia. Mas até que enfim, estes tempos parecem ter chegado ao fim.
Além dos três atletas já citados, ainda tivemos as vindas confirmadas de Willian Potker, Victor Luiz e o retorno atacante Robson, que chega com um status de coadjuvante, muito diferente de quando saiu daqui.
No total até agora, seis contratações de bom nível, sendo que pelo menos quatro deles chegam pra escolher a camisa e entrar em campo, fato raro nas últimas temporadas, quando 9 a cada 10 jogadores eram apostas.
Essa agressividade da diretoria Coxa Branca no mercado, independente das movimentações de bastidores sobre um possível investidor, é mais do que justificada. Ou o Coritiba investe neste momento para formar uma equipe competitiva, ou estará fadado ao descenso no final da temporada. O campeonato Brasileiro da primeira divisão em 2023 será talvez um dos mais difíceis da história. Todos os clubes que permaneceram em 2022 possuem um bom nível de investimento e organização, com potencial para surpreender. Aqueles que ascenderam da série B vieram acompanhados de grandes investidores e camisas pesadas. Ou seja, esta postura do Coritiba no mercado até o momento é uma questão de sobrevivência, logo, é um alívio perceber que o clube está assimilando esta realidade.
Na última sexta feira o técnico Antônio Oliveira participou de sua primeira coletiva após os primeiros trabalhos, externando suas primeiras opiniões sobre a temporada alviverde. Mostrando firmeza e simpatia nas suas respostas, o gajo demonstrou uma postura muito serena, coerente e realista a propósito das perguntas que lhe foram feitas. O seu discurso veio acompanhado de um viés agregador e motivacional, sempre fazendo referência a família Coxa Branca como a maneira de gerir o grupo de jogadores.
Antônio Oliveira sabe o tamanho do Coritiba. Na entrevista citou o fato que seu pai veio a Curitiba como jogador do então invicto Benfica em 1972, e sucumbiu perante o Alviverde que na época vivia um de seus melhores momentos de sua história. Como treinador do rival conheceu a força do clube e da torcida. Apesar da minha reticência em relação a treinadores jovens e emergentes, as primeiras ideias do português me convenceram. Resta saber como se sairá na prática, afinal na teoria tudo é sempre muito bonito.
Pelas peças que vieram e por aqueles que ficaram, tudo indica que o Coritiba versão 2023 deverá atuar num 4-4-2 em losango, com um volante de mais pegada (Jesus Trindade/W. Farias) e dois mais avançados e versáteis a frente (Urso, Bruno Gomes, Andrey) com Moreno fazendo a função central, podendo chegar como falso 9 ou alternar uma formação com três atacantes juntamente com Manga e Rodrigo Pinho.
A chegada de um ou dois zagueiros, além de mais um atacante e um lateral esquerdo devem fechar o ciclo de contratações neste começo de temporada, configurando, de longe, na melhor janela da última década.
Saudações Alviverdes!
Dá-lhe Coxa!
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