Geração 90
Recentemente, com as despedidas de Wilson e Rafinha, muito se discutiu sobre qual é o atributo ou condição necessária pra se classificar um jogador como um ídolo. Uns dizem que é tempo no clube, outros falam que é conquista de títulos e outros apontam que é o desempenho em campo.
Estava eu navegando pelas redes sociais neste domingo quando me deparei com um post compartilhado pelo colega Rauen, que relembrava o aniversário de um atleta chamado João Santos, que jogou no Coritiba entre os anos de 1998 e 1999.
Logo me veio a mente doces lembranças da época em que comecei a ser torcedor do Coritiba. Depois de alguns anos acompanhando só pelo rádio, pois não tinha pai/tio/avô que me levasse ao estádio, comecei ainda adolescente a frequentar o Couto Pereira após 1997 sempre com amigos, as vezes escondido da mãe, que não gostava que eu fosse ao Estádio.
Nesta época tudo parecia mágico pra mim, até jogadores medianos pareciam craques. A torcida sempre enchendo o estádio, aquele gramado do Couto Pereira desenhado em formato de círculos, aquela camisa linda com golas verdes, faixas largas, escudo grande, patrocínio da Sanyo, e que parecia plus size perto das camisas de hoje.
Foi uma época em que tive muitos ídolos, dentre eles Struway, João Santos, Cleber Arado, Sinval entre outros. De todos esses, João Santos era o mais técnico, aquele que tratava melhor a bola, que dava assistências, mas que também fazia seus gols. Junto com Sandoval, formaram uma meio campo muito habilidoso em 1998. Nunca esquecerei de um jogo incrível no ano seguinte em 1999, em que João Santos além de marcar um gol de ombro, fez uma partida brilhante conduzindo o Coritiba a uma acachapante vitória contra o Vasco de Edmundo. Lembro ainda que naquele mesmo ano o Coritiba massacrou o Grêmio por 4 x 0, com dois gols de João Santos em mais uma jornada impecável.
Pode ser que muitos torcedores não achem que João Santos foi um ídolo, até porque jogou pouco tempo aqui. Pode ser que muitos sequer lembrem direito deste jogador. Mas assim é o futebol pra cada um de nós. Talvez se fosse hoje, eu não ficaria tão deslumbrado com o futebol de João Santos, até porque a magia do futebol já não é a mesma pra quem está perto 40 anos. Mas naquele momento João Santos ficou marcado pra mim como um grande ídolo de um período nostálgico da minha vida.
Por isso avalio que não existe esse critério pra classificar um jogador como ídolo, pois é algo muito relativo, especialmente quando se trata de gerações diferentes. Geralmente a maioria dos seus ídolos serão do período em que o futebol foi mais passional na sua vida, daquela época que você sabia decor a escalação do Coritiba do goleiro ao centro avante.
Se este momento foi anos 60 provavelmente seus maiores ídolos podem ser Fedato ou Miltinho. Se foi nos anos 70 deve ser Kruger, Zé Roberto, Aladim ou Abatiá. Se foi nos anos 80 pode ser Toby, Rafael ou Lela. Se foi nos anos 90 será Alex, Tostão ou Cleber Arado. Se foi nos anos 2000 poderá ser Nascimento, Tcheco ou Keirrison, assim como devem ser Henrique, Willian Farias, e com certeza Wilson e Rafinha para aqueles que viveram intensamente o Coritiba nos últimos anos.
Agradecimento eterno aos ídolos Wilson e Rafinha, pela dedicação, entrega e comprometimento durante o todo o período em que vestiram o manto Coxa Branca.
Dá-lhe Coxa!
Saudações Alviverdes!
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