Geração 90
Saudosismo é um sentimento que provoca reações antagônicas. Uns acreditam que significa uma mentalidade ultrapassada, que induz as pessoas a viverem somente do passado, esquecendo-se do presente. Outros, da qual eu me incluo, entendem que o saudosismo é um respeito e um aprendizado sobre o tempo passado, ou como bem disse o nosso colega colunista Felipe Rauen na entrevista com o Capitão Hidalgo, “ser saudosista é cultuar sua história. Quem não conhece sua história repete seus erros, e não seus sucessos”.
Quem conhece de verdade o Coritiba, sabe que este clube, este escudo, esta camisa, tem peso, tem história, e tem muita tradição. E isto não se obtém do dia pra noite. Se conquista com o tempo, muito tempo. Não são fusões convenientes que irão sobrepor a isso. No último sábado isto ficou provado.
Nesta sexta feira (23), tivemos o sorteio da Copa do Brasil. As reações propagadas nas redes sociais após a definição do duelo contra o Flamengo mostram que não é só a grande mídia que menospreza o Coritiba. Alguns torcedores corroboram com esse menosprezo. E não me refiro somente a aqueles torcedores que vocês estão pensando. Muitos irão dizer: Mas estamos na 2ª divisão, nosso time é mais fraco, o Flamengo tem um elenco milionário, etc... Concordo, tudo isso é verdade. Mas precisamos respeitar nosso próprio passado. Nós torcedores, nunca podemos duvidar do Coritiba.
E como as pessoas gostam de duvidar do Coritiba.
Afinal, quem acreditou que aquele time de 1973 jogando com dois jogadores a menos, em uma Fonte Nova lotada, levaria o título do Torneio do Povo?
Quem acreditou em 1985, que aquele modesto Coritiba subiria de degrau em degrau, prevalecendo contra times do eixo, até calar mais 100 mil pessoas num Maracanã lotado, desbancando um time recheado de craques contratados com recursos ilícitos de um dos maiores contraventores que o Brasil já teve?
Quem acreditou que em 1989, depois de uma canetada suja da CBF, e obrigado a jogar contra times como o Barra do Garças, o Coritiba renasceria e disputaria as finais do brasileiro em 1998?
Quem acreditou que em 2010, numa situação de terra arrasada após aquele lamentável episódio no Couto, condenado pela mídia nacional e pelo STJD, forçado a mandar dezenas de jogos fora de sua casa, o Coritiba renasceria novamente, vencendo aquele campeonato, sendo finalista da Copa do Brasil e recordista continental de vitórias seguidas no ano seguinte, com direito a 6 x 0 num badalado Palmeiras?
Quem acreditou, que depois dos lastimáveis últimos 5 anos, com uma nova queda a segunda divisão, e com finanças extremamente comprometidas, estaríamos montando um time competitivo, que joga um futebol de imposição, e que está dando mostras de um grande potencial?
Nós acreditamos. Uma nação de 1 milhão de torcedores Coxa Brancas, resilientes, que amam este clube, e nunca deixarão de acreditar.
O Coritiba que jogará contra o Flamengo daqui a cerca de 30 dias é aquele mesmo Coritiba que venceu o time de Zico e companhia no Maracanã em 1985. É aquele que meteu 5 x 0 no Flamengo de Ronaldinho Gaúcho em 2003 e no Flamengo campeão de Adriano Imperador em 2009. É aquele mesmo que num passado mais recente, em 2015, calou um Mané Garrincha com 70 mil pessoas.
Vamos passar de fase? Isso só o futebol vai dizer. Mas a história indica que será um confronto que dois grandes times, duas grandes torcidas, e que tudo pode acontecer.
Vamos respeitar o Coritiba.
Dá-lhe Coxa!
Saudações Alviverdes.
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