Geração 90
No futebol, em especial no Brasil, o resultado de uma partida é determinante para definir a qualidade de uma equipe ou de um treinador, muitas vezes colocando o desempenho e o contexto em segundo plano.
Afinal, não fosse um gol contra bizarro e dois chutes de raríssima felicidade de nossos adversários nesta semana, provavelmente muitos de nós ainda estaríamos iludidos, achando que o Coritiba já estaria quase pronto pra série B que se avizinha.
Em 2019 e 2020, montamos elencos fracos, que mesmo sendo limitados, chegaram a empolgar no certame estadual. Tanto é verdade que em ambos os anos vencemos nosso rival, em 2019 na baixada jogando com um jogador a menos e em 2020 com um sonoro 4 x 0 no Couto. Esses resultados não definiram absolutamente nada, apenas nos iludimos, e acabamos perdendo o título estadual e passando dificuldades no resto da temporada.
Ano passado, Barroca com seu estilo burocrático de toque de bola para os lados enganou a torcida por muito tempo, levando a acreditar que tínhamos um elenco razoável para a série A. Não sobreviveu as primeiras rodadas do campeonato nacional, que nos impôs um outro nível técnico.
Ainda no mesmo campeonato brasileiro, algumas vitórias no primeiro turno como nos confrontos contra Sport e Vasco com pênaltis nos minutos finais mascararam um quadro, e permitiram que Jorginho ficasse muito mais tempo do que deveria.
O resultado de algumas partidas podem esconder deficiências, mas também podem fazer com que ignoremos algumas virtudes da equipe.
Felizmente nosso time não toca mais a bola de lado na zaga sem objetividade, não joga mais de forma reativa. Temos uma espinha dorsal bastante sólida, coisa que não tivemos nos outros anos. Porém, estamos mostrando oscilações e cometendo falhas que precisam ser urgentemente corrigidas, bem como está ficando cada vez mais evidente as posições que precisam ser reforçadas.
O momento de reconstrução exige de nós torcedores um pouco de paciência e uma certa mudança de mentalidade, tendo o equilíbrio de não fazer terra arrasada nas derrotas, nem deixar a euforia tomar conta nas vitórias. É muito melhor errar agora e ter a convicção das nossa limitações, do que nos enganar novamente com alguns resultados e perceber a realidade só lá na frente, quando já é tarde.
As derrotas não devem servir de motivo para desespero, demissões e mudanças radicais. Devem sim, servir de alerta para a Diretoria e para o treinador Morínigo de que ainda há muito a ser feito. O elenco precisa ser reforçado, em especial no miolo de zaga e nas duas pontas. O treinador paraguaio precisa diversificar suas variações táticas e rever a insistência em determinados jogadores que não vem rendendo, dando mais oportunidades a alguns jovens, que tem no paranaense a única chance de ganhar minutos em campo.
Como reação a decepcionante semana, nesta sexta foi publicado pelo canal oficial do Coritiba um vídeo do Diretor Executivo, Brunoro, fazendo a defesa do trabalho que está sendo realizado. Apresentou uma série de justificativas para o momento difícil (algumas um tanto duvidosas) e anunciou a possível vinda de dois grandes jogadores, porém recaiu na mesmice de justificar o presente na herança recebida. Faltou esclarecer os critérios que levaram a contratação de jogadores como Dalberto e Willian Oliveira.
Não entendo que este tipo de manifestação, desprovida de contraditório, vai amenizar alguma coisa nesse momento. Brunoro e a Diretoria precisam entender que a torcida já está farta de discursos e o que interessará daqui pra frente são as atitudes e, principalmente, os resultados.
Dá-lhe Coxa!
Saudações Alviverdes.
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