Geração 90
A sorte é sem dúvida um fator relevante no futebol. Não é raro vermos times arrancarem placares improváveis em lances fortuitos, onde o acaso ou milímetros separam a glória da desgraça. Mas até que ponto isso é sorte ou competência?
No jogo contra o Sampaio Correa vimos o Coritiba apresentar tudo o que vínhamos esperando a algumas rodadas. O time entrou ligado, houve transpiração, determinação, intensidade e o principal: o resultado. Waguininho e Igor Paixão voltaram a ser fundamentais, Robinho voltou a ser o meia que conduziu o time a liderança, e até o Técnico Morínigo voltou a ser feliz nas suas substituições. Enfim o roteiro completo.
Mas me peguei pensando, e se aqueles dois lances isolados do Sampaio Correia nos primeiros vinte minutos, que passaram rente a trave, tivessem resultado em gols? Será que estaríamos aprovando a atuação do time e voltando a acreditar no título da série B?
Pois é, o futebol pode ser muito cruel com aqueles que estão dentro das quatro linhas, pois nós torcedores dificilmente avaliamos o contexto geral, mas sim o momento. A verdade é que a sorte pode definir partidas, mas nunca um campeonato, especialmente quando falamos de um sistema de pontos corridos. E um time que está a 13 rodadas na liderança não pode estar nessa condição por uma questão de sorte. O que nos levou a vitória na última terça foi a mudança de atitude, a postura impositiva em campo e o apoio maciço do torcedor que foi ao Couto Pereira. Aliás, pode parecer bobagem, mas acredito que o otimismo e as energias positivas vindo das arquibancadas influenciam muito nesse momento em que a moeda está girando e não sabe se a face que vai cair será aquela que nos favorece.
Este Coritiba versão 2021 tem me ensinado a torcer de forma diferente, e a perceber que competência nem sempre vem acompanhada de espetáculo. Se nesta temporada não tivemos um time que nos divertiu com um futebol vistoso, presenciamos um elenco com lideranças consistentes, de jogadores que levam futebol a sério, que respeitam a instituição, e que sempre priorizaram o objetivo principal e coletivo, em detrimento do destaque individual.
O Gol de João Vitor (ex-Robinho) talvez tenha simbolizado este grupo. A comemoração geral da comissão técnica e dos jogadores, bem como o vídeo dos bastidores divulgado após a partida, mostram o quanto este elenco está fechado e valorizando cada passo dado, cada evolução que é conquistada.
O próximo desafio é o CRB, confronto que pode definir muita coisa pra nós nesse campeonato. Assim como na partida contra o Guarani, está em jogo não só a consolidação da liderança, mas também a “eliminação” de um concorrente direto ao acesso.
Que nesta próxima terça feira, o Coritiba tenha a competência e se for preciso seja premiado com a sorte para vencer novamente, permitindo que na semana seguinte possamos ter a chance de concretizar o acesso diante do Operário, dentro do Couto Pereira.
Dá-lhe Coxa!
Saudações Alviverdes.
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