Geração 90
Domingo de sol em Curitiba. Temperatura agradável. A cidade parecia respirar o clássico atleTIBA. No caminho para o estádio vi muitas pessoas orgulhosamente vestindo o verde e o branco, enquanto pouquíssimas trajavam o vermelho e o preto. Ansiedade e insegurança do lado de lá, confiança e concentração do lado de cá. Chegando ao estádio, o semblante dos torcedores era o retrato da convicção de que o dia reservaria um final feliz para a nação Coxa Branca.
O jogo começou muito equilibrado, com o Coritiba um pouco mais incisivo nas finalizações. Após os 25 minutos o time alviverde passou a controlar mais as ações e ameaçar mais o adversário. Depois de algumas investidas, Thonny Anderson deu um belo passe para Alef Manga, que avançou na diagonal da área e fuzilou a meta de Santos, marcando o terceiro gol nos 180 minutos desta semifinal. Explosão de alegria no Couto Pereira. Com o 1 x 0 no placar a equipe Coxa Branca continuou atacando e por pouco não saiu para o intervalo com uma vantagem ainda maior. O time das terras baixas mostrava um nítido abatimento.
O segundo tempo começou da mesma forma que terminou o primeiro, porém com o ritmo um pouco menor. Quando se acreditava que o segundo gol era questão de tempo, eis que que o árbitro Lucas Paulo Torezin resolveu aparecer e atrapalhar o espetáculo. Marcou um pênalti num lance em que o atacante adversário chutou a um metro de distância e a bola tocou no braço de Willian Farias, que estava próximo ao seu corpo. O critério do apitador não foi o mesmo aplicado no primeiro tempo, quando a bola bateu no braço aberto do zagueiro atleticano. Pra piorar, o juiz cometeu um excesso ao aproveitar a infração para dar o segundo cartão amarelo e expulsar o capitão Coxa Branca, colocando o time adversário no jogo.
Nesse momento muita coisa passou pela cabeça do torcedor Coxa Branca, pois o cronômetro marcava apenas 5 minutos da segunda etapa, e o cenário era extremamente adverso. E momentos adversos exigem pessoas fortes e resilientes. O time não se abateu, o técnico Morínigo foi extremamente feliz nas substituições e na organização tática, e a torcida promoveu um espetáculo emocionante para levar o time a classificação.
Depois dos 30 minutos da etapa final o que se viu foi um estádio inteiro de pé, que começou a gritar sem parar, gerando uma energia positiva e uma simbiose com os atletas, que garantiram o resultado favorável. O time inteiro sem exceção, incluindo os suplentes que entraram na partida, encarnaram verdadeiramente a Alma Guerreira, mostrando uma raça e uma vibração, como se fossem torcedores em campo.
Após o apito final, até aquele torcedor mais comedido comemorava de forma estridente, com um grito que representava não só a alegria pela classificação, mas sim a esperança de que dias melhores estão por vir, e de que estamos no caminho certo para voltarmos a ser o Coritiba compatível com a sua tradição e a sua história.
A eventual conquista do Estadual logicamente terá sua importância. Mas a vitória no agregado e a eliminação do time lá de baixo nesta semifinal já dão ao Coritiba um novo status. O resultado consolidou a confiança da equipe e o crescimento técnico dos atletas, além de provar que podemos competir com times de série A. Mais importante ainda, esta classificação tirou um grito entalado na garganta do torcedor Coxa Branca, que fez derreter o discurso da mídia ruborizada que insiste em supervalorizar o lado dos gigolôs do dinheiro público. Demos uma resposta a arrogância daqueles que se acham rivais do Real Madrid, mas que pela soberba, não conseguem enxergar no espelho quem verdadeiramente são.
O Coritiba calou quem o menosprezou, e a torcida resgatou a moral e o orgulho que resistiu a tantos anos sofríveis nos últimos tempos. Esta vitória, esta classificação, não garante que faremos uma boa séria A, não garante que o nosso time está pronto. Mas sem dúvida, representa mais um degrauzinho que subimos na longa escalada que é o processo de reconstrução do GRANDE e FORTE CORITIBA.
Dá-lhe Coxa!
Saudações Alviverdes!
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