Geração 90
Depois de uma derrota digna de um time rebaixado em São Paulo contra o Palmeiras, o Coritiba enfrentou o Massa Bruta no Couto Pereira neste domingo, precisando dar uma resposta para o seu torcedor, jogando, mais uma vez sob intensa pressão.
Enfrentando um adversário mais qualificado que os últimos que enfrentou em casa (Avaí, Atlético-GO, e Ceará), o Coritiba tinha no jogo contra o Bragantino uma de suas principais cartadas para conquistar a permanência na série A.
Porém, logo após o início do jogo, quando os atletas mal tinham se aquecido em campo, uma jogada imprudente de Warley próximo a bandeirinha de escanteio mudaria completamente o roteiro daquela partida. O VAR identificou a solada, chamou o arbitro e o resultado foi a expulsão do jogador Coxa Branca aos três minutos de partida.
Nesse momento, muitos dos que estavam no Couto Pereira pressentiram o pior, afinal jogar praticamente os 90 minutos da partida com um homem a menos é quase como tornar a derrota um fato inevitável, ainda mais para um time que mostrou tanta fraqueza emocional durante este campeonato.
Mas não desta vez. Não desta vez.
Poucos minutos após a expulsão, Fabrício Daniel fez uma inversão primorosa para Alef Manga, que com muita habilidade e maestria, tirou o zagueiro adversário da jogada e saiu na frente do goleiro, dando aquele tapinha de artilheiro pra abrir o placar e incendiar o Couto Pereira.
Após o gol que abriu o marcador foi só pressão do Braga, com o Coritiba tentando explorar os raros contra ataques. Na segunda parte do primeiro tempo, o Bragantino criou três grandes oportunidades. Na primeira, Gabriel fez um milagre frente a frente com o atacante Sorriso, mostrando que o Coritiba finalmente tem um goleiro a altura da sua grandeza. Na segunda, Popó teve toda a liberdade do mundo para dominar, ajeitar e arrematar no canto baixo de Gabriel empatando a partida. Na terceira, Hyoran espanou um chute de frente para a sorte do time Coritibano. Ainda houve tempo para um gol de Arthur ser corretamente anulado pela arbitragem.
No intervalo, o cenário era de incerteza, pois apesar do Coritiba ter mostrado reação após a expulsão, o adversário chegava fácil e criava muitas chances de gol. A segunda etapa parecia ser um prenúncio de muitas dificuldades para o time alviverde. Apesar disso, meu amigo Bruno, membro da nossa equipe do Coxanautas, conversava comigo no estádio e me dizia que estava se sentindo tranquilo, porque algo lhe dizia que a vitória viria ao final da partida.
Bruno estava certo. Talvez o belíssimo terceiro uniforme que estreamos ontem, em homenagem ao craques Coxa Brancas que receberam a honraria Fita Azul nos anos 70, tenha trazido a inspiração técnica e a resiliência mental que o Coritiba precisava no segundo tempo. O Coritiba voltou muito mais seguro, aguerrido, equilibrando a partida como se tivesse com 11 jogadores. E na verdade estava. A torcida alviverde fez o seu papel, carregou o time nos braços e no grito, e foi presenteada com mais um belo gol, desta vez de Bruno Gomes, após uma bela trama pelo lado direito.
Depois do gol, assinalado aos 12 minutos, foi só pressão até o apito final da partida. Porém uma pressão mais estéril do time de Bragança Paulista. Diferente do primeiro tempo, a equipe Coxa Branca soube se defender melhor, fechando o miolo do meio campo, e bloqueando também os flancos, deixando apenas Alef Manga na frente. Por sinal, Seo Alef Manga. O controverso atacante Coxa Branca justificou mais uma vez a sua aquisição em definitivo pelo Coritiba, mostrando valentia, qualidade e poder de decisão.
Ao final, o resultado só veio porque o time inteiro correu e se entregou, sem exceção. Natanael, Jesus Trindade e Bruno Gomes saíram de campo extenuados. Aqueles que entraram não comprometeram e mantiveram a pegada. Méritos também para Guto Ferreira, que soube fechar o time e corrigir a marcação do meio, colocando Bernardo ainda no primeiro tempo.
Que vitória preciosa, vitória suada, vitória da superação coletiva, vitória que eleva a moral do Coritiba disputar o clássico atleTIBA no próximo domingo.
Cabe lembrar que não há nada ganho ainda, a nossa luta não está nem perto de terminar. Mas é fato que neste domingo demos um passo gigante rumo ao nosso objetivo. Que esta partida contra o Bragantino seja a referência da garra, da concentração e da inteligência que precisaremos ver em campo no time do Coritiba, até o último minuto, da última partida, deste campeonato.
VAI PRA CIMA DELES VERDÃO!!!
Dá-lhe Coxa!
Saudações Alviverdes!
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