Opinião, Polêmica e Conspiração
A década de 80 é considerada por muitos hoje em dia, uma década que fez história, pois trouxe avanços significativos na tecnologia. No esporte, mais precisamente no futebol brasileiro, continuou o processo de revelar ídolos.
Foi nessa década que o Coritiba foi campeão brasileiro pela primeira vez, como também foi nesta década que o Flamengo revelou ao mundo o seu camisa 10, Arthur Antunes de Coimbra, o Zico.
O meia também teve uma passagem rápida pela Itália e, depois de ser o Ministro dos Esportes no Brasil, se transferiu para o Japão em 1991 e por lá ficou por 3 anos.
O meia ganhou o apelido de "Deus do Futebol" (サッカーの神様 - sakkā no kamisama) pela sua disciplina, talento e profissionalismo, itens de grande consideração pelos torcedores japoneses.
Alex, nessa época estava na transição do futebol de base para o profissional do Coritiba. O meia cresceu assistindo Zico jogar e acredito que o meia foi o exemplo que o motivou a continuar jogando bola. Alex cresceu, jogou no Palmeiras e Flamengo, teve passagem também pelo futebol italiano, quando jogou pelo Parma. Depois ele voltou ao Brasil, jogou pelo Cruzeiro e posteriormente foi para a Turquia, onde passou o seu período mais longo em um time, jogando pelo Fenerbahçe.
Um dos momentos mágicos nas coincidências que envolvem ambos atletas aconteceu quando Zico e Alex se encontraram no Fenerbahçe, o primeiro como técnico.
Alex voltou às suas raízes e assim como os japoneses torcedores do Sumitomo Metals e do Kashima Antlers idolatram Zico, o mesmo acontece com os turcos torcedores do Fenerbahçe. É incrível o sentimento que eles demonstram pelo futebol, bem como pelos times que torcem e porque não dizer, pelo melhor jogador que até agora se apresentou em seu time.
Acredito que esse sentimento trouxe à tona uma força conhecida por sinergia, criada entre torcedores do Coritiba e Fenerbahçe movimentando a massa coxabranca a pensar e compreender que o Alex é, assim como Zico, um ídolo.
A festa pelo retorno do "menino de ouro" está ligada com um momento muito crítico do Coritiba, momento este em que uma grande quantidade de fichas está em aposta. O time como um todo foi melhor estruturado, com jogadores de renome e que no conjunto tende a ser um dos melhores que o Coritiba teve na sua história, mesmo que os resultados não venham igualar a campanha monstruosa de 2011. Reforço que tenho plena certeza de que o que vemos hoje não é trabalho de um ano só.
O positivismo é grande. Até o momento vimos dois Coritibas. Um, melhor entrosado, que jogou três partidas e outro que jogou apenas uma, sendo essa um amistoso. Foi bom ver todos, sem exceção de volta e oficialmente aos gramados.
Penso que quem mais sofreu com esse retorno foi Alex. Voltar a jogar no estádio que um dia ele esteve como torcedor e por muito tempo considerou como sua segunda casa, deve ter sido uma grande emoção. Emoção essa que foi dominada no segundo tempo do amistoso e que deu lugar ao brilho e à inteligência do meia. Está aí um dos sinais em que o ídolo se destaca.
Para finalizar, foi uma pena não ver a seleção de 1982, da qual Zico era integrante, campeã da Copa da Espanha. Foi também uma pena não ver Alex presente na seleção pentacampeã em 2002, mesmo tendo-o visto jogar alguns amistosos, sendo um deles aqui em Curitiba.
São trilhos que o destino desenha para o bonde da vida trafegar.
Bem vindo de volta Alex.
Bem vindo de volta Coritiba Foot Ball Club!
SAV
RODRIGO
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