Opinião, Polêmica e Conspiração
Esses dias me peguei pensando porque torço pelo Coritiba. E como quase todo pensamento geram-se as reflexões e delas, perguntas aparecem.
- O que é torcer?
- O que é ser um torcedor?
- O que é ser um torcedor do Coritiba?
A definição dada num portal foi: A palavra torcedor é específica da linguagem brasileira, e o torcedor, fiel ao sentido original do termo, distorce os fatos e falseia a verdade. "É movido apenas pela paixão, pelo coração, pelo fanatismo, o que o impede de ter uma visão racional dos fatos, uma visão isenta e imparcial. O torcedor, na verdade, vê apenas o que lhe é favorável. Por seu amor incondicional ao clube do qual é simpatizante e seguidor, é capaz de desvirtuar as notícias a seu favor."
O termo Torcer está relacionado a apoiar a equipe com a qual se é identificado. É um verbo que designa a ação de "estimular os jogadores do time com gritos, palmas, gestos de mãos e braços, coreografias e cantos, em pleno estádio, como forma de somar, de contribuir, de participar do esforço dos atletas em campo na superação aos adversários e na busca da vitória".
O dicionário define torcedor como "Partidário de um atleta ou de uma equipe, por quem torce nas competições esportivas."
Encontrei também no Império Romano, o que pode vir a ser a base comportamental de tudo isso.
O imperador Vespasiano foi quem deu origem ao conhecido Coliseu Romano. Ele decidiu aumentar a moral e auto-estima dos cidadãos romanos e também cativá-los com uma política de pão e circo, demolindo o palácio de Nero e construindo uma arena permanente para espetáculos de gladiadores, execuções e outros entretenimentos de massas. Pão e circo foi uma política criada pelos antigos romanos, que previa o provimento de comida e diversão ao povo, com o objetivo de diminuir a insatisfação popular contra os governantes.
Pegamos então as definições. Entendo que o sentimento de torcer está intimamente ligado ao espetáculo proporcionado e deste espetáculo, surgem os torcedores, ou simpatizantes desse ou daquele gladiador, deste ou daquele time de futebol, sejam vitoriosos ou não, por exemplo.
Quer dizer, torcer é algo que vem gravado em nosso DNA há muito tempo, trazido pelos nossos antepassados.
E aí me deparei com a pergunta: Porque escolhi o Coritiba?
Creio que a resposta está no ano em que nasci: 1971.
O time AlviVerde tinha o seguinte elenco: Celio, Hermes, Pescuma, Piloto, Nilo, Renatinho, Hidalgo, Passarinho, Sergio Roberto, Leocádio, Zé Roberto, Rinaldo, Carvalho, Marinho, Cláudio, Levir, Paulo Vecchio, Helio Pires, Krüger, Toni, Nico, Lucas, Bidon, Werneck, Marcos, Rogério, Berto, Iran, Pardal, Eloir e Dirceu. No Campeonato Nacional desse ano, o Coritiba contou ainda com: Negreiros, Paquito e Tião Abatiá.
O Coritiba já era uma máquina nessa época e viria a se tornar mais tarde, o único representante paranaense a ter seis títulos na década, feito nunca superado por nenhum time do estado até hoje. Uma característica que acompanha o time é a Alma Guerreira. Ao longo da história, foram times que tomados de muita garra e determinação na busca de seus objetivos, buscaram diversas vitórias nos últimos minutos de jogo, quando a esperança dava sinais de abandono até o mais apaixonado torcedor.
Mas porque torcer pelo Coritiba?
Teria sido a família a me "ensinar" o caminho para o Alto da Glória?
Teria sido a história mais do que vencedora da década de 70?
Teria vindo no DNA?
Seria então porque o primeiro estádio que conheci, foi o Major Antônio Couto Pereira? E dali não saí mais?
Seria porque vi o Coritiba ser o primeiro do estado a conquistar o Título Brasileiro, em 1985?
Ou seria ainda porque sempre vi o Coritiba praticamente dar uma surra em seu arqui rival, inclusive quando na inauguração da Area de Recreação Esportiva da Nação AlviVerde?
Pois é, acho que é tudo isso.
Por conta do Coritiba, fiz muitos amigos e também, inimigos. Mas sou COXA e mantenho meus inimigos próximos, sem brigas nem desavenças, afinal de contas, curtir e tirar um sarro do inimigo é uma brincadeira sadia e mantida em nosso círculo.
Porque antes de nos classificarmos como inimigos, somos da mesma FAMÍLIA.
Abraço!
SAV
Rodrigo
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