Opinião, Polêmica e Conspiração
Quero agradecer ao time do Coritiba, incluindo sua comissão técnica, por ter honrado o compromisso adquirido quando da dispensa de Péricles Chamusca. Na época o que foi divulgado é que a pedido dos próprios atletas, o escolhido era Tcheco, ex-jogador e atual integrante da comissão técnica do Coritiba.
Parabéns Tcheco pela hombridade e pulso demonstrados nessas três derradeiras rodadas.
Que tenhamos um 2014 melhor, tendo em 2013 um ano exemplar, com o caderno de lições aprendidas sendo efetivamente aplicado.
Ao saber da missão de Jesus, Pilatos achou que o então prisioneiro não representava nenhuma ameaça a Roma. Tendo perguntado "Que é verdade?" achava que era um conceito vago demais para merecer muita atenção e assim, concluiu: "Não acho crime neste homem." Aqui deveria ter sido o fim do julgamento, mas a maioria da população do local insistia em dizer que ele estava subvertendo a nação.
Pilatos sabia: o real motivo de denúncia dos principais sacerdotes contra Jesus era a inveja, como também que livrar o Cristo lhe traria problemas, portanto buscou agir como sempre e assim, evitar problemas que não eram poucos, a contar por Barrabás, por exemplo, presos sob acusações de sedição e assassinato.
Tentou então algumas manobras, sem sucesso. Uma delas foi a tentativa em induzir a multidão do lado de fora do seu palácio para pedir a absolvição de Jesus, no uso do costume de libertar um prisioneiro na Páscoa. A manobra teria dado certo, não fosse a inveja supra citada dos formadores de opinião, que então levaram a massa a escolher pela soltura de Barrabás.
Como a estrutura romana era fortemente galgada na hierarquia, Pilatos sabia bem como seu comandante, Tibério, agia quando um comandado seu não "fazia o que devia ser feito". Por outro lado, se tivesse que ceder aos judeus estaria a demonstrar um sinal de fraqueza. Assim, Pilatos ficou de frente com um dos mais famosos dilemas da história.
A consciência de Pilatos lhe cobrava, fato que lhe fazia pensar nas suas próximas atitudes e no que elas poderiam repercutir a ponto de afetar ou não o seu cargo, agradar ou não a população que clamava por uma ordem, uma atitude. Embora acreditasse na inocência do Cristo, ele escolheu pela sua carreira.
Foi quando pediu para que lhe trouxessem água e, com um gesto que até hoje é lembrado, lavou as próprias mãos em sinal de inocência na sentença que acabaria por ordenar.
...
E a história continuou com esse exemplo que até hoje é por muitos de nós lembrado, seguido e vivido nos dias atuais.
Ao contextualizar, quem é o Pilatus do Futebol Brasileiro? CBF, Rede Globo, Ministério Público, TJD, STJD, Dirigentes, Atletas, Torcedores... Quem é o seu escolhido?
Me recordo da primeira vez que fiquei abismado quando assisti a barbárie da invasão do gramado por parte da torcida tricolor, quando jogavam Fluminense x A.Paranaense, nas Laranjeiras em 1996. Outra guerra foi na Supercopa Futebol junior, no confronto entre torcedores de Palmeiras e São Paulo. Quem não se lembra da queda do alambrado do estádio São Januário, na partida entre Vasco e São Caetano, na final da Copa Havelange, possivelmente ocasionada pela super lotação?
Até aqui e que eu saiba, não houve julgamento tampouco uma punição para quem quer que fossem os culpados.
Veio então a invasão do gramado do Couto Pereira, em 2009 e com ela a primeira e até então única e maior punição dada a um clube de futebol, sentenciada pelas autoridades com a aplicação da pena máxima: perda de mando de 10 jogos e multa de R$100.000,00.
Chegamos em 2013 e foram vários os confrontos entre torcidas no Campeonato Brasileiro. Em ano de preparação para a celebração de um dos maiores eventos esportivos voltados ao futebol, vários foram os estádios reformados, alguns construídos e outros reconstruídos e assim, foram adaptados para atender as condições exigidas pela autoridade máxima controladora, FIFA.
Acredito que esse ano foi também usado como modelo para 2014, com detalhes tendo sido levados em conta, fatos que não são e não foram comunicados para a imprensa geral, mas considerados relevantes para a realização de uma partida. O que ficou certo é que a proibição do consumo de bebidas alcoólicas, ao contrário do que se pensava, não diminuiu a violência dentro dos estádios. Por fim, pegamos os eventos mais recentes com as punições aplicadas para Corinthians, Vasco e A.Paranaense por problemas envolvendo as suas torcidas.
O caso julgado mais obtuso, por exemplo, foi o confronto entre torcedores do Corinthians e do Vasco, no estádio Mané Garrincha em Brasília, sob o mando do time paulista. Essa ocorrência obrigou ambos times a jogar a 100km de sua sede matriz. Porque permitiram então que o time paulista mandasse seu jogo em Brasília?
Posteriormente por problemas similares, o A.Paranaense também foi julgado e teria então que mandar seus jogos a 100km de seus domínios. E assim lá foi para Joinville, cidade que sempre bem recebeu os paranaenses, principalmente quando o Coritiba teve que cumprir seus 10 mandos longe do Couto.
Quis o destino que na derradeira rodada, após 4 anos de uma séria ocorrência, novamente tivéssemos um fim de campeonato carregado de tristeza e chateação, marcando mundialmente o futebol brasileiro como exemplo de violência.
Porque ainda se punem somente os clubes?
Porque a verdadeira lei não é aplicada com o código penal ao invés do estatuto do torcedor?
Porque perante alguns olhos, não há problema e sim somente um desvio cuja responsabilidade é apontada somente ao mandante, ao invés do compartilhamento de responsabilidades de todos os envolvidos?
Impunidade até quando?
TODOS os torcedores tem direitos e deveres. O direito de torcer vem acompanhado com o dever de tolerar.
O torcedor quer ir ao estádio e gastar sua voz em apoio ao seu time, ao seu ídolo, ganhe ou perca a partida.
Ele quer gritar gol e festejar. Cabe ao torcedor o dever de saber celebrar a vitória e entender a derrota, principalmente porque quem disputa a partida é o time para o qual ele torce, sendo ele um instrumento de apoio do seu time.
O gramado de um estádio não é mais uma arena onde gladiadores enfrentam ou outros gladiadores ou animais como tigres e leões, bem como a platéia que antigamente se satisfazia com o sanguinário evento, hoje se transforma na torcida e com ela, ao invés de sangue, busca celebrar a vitória do seu time.
Vários foram os momentos em que a oportunidade se fez presente. Este é mais um.
Não é difícil entender. Basta querer.
SAV
RODRIGO
A opinião dos colunistas não refletem, necessariamente, a opinião do site.
Cada colunista tem sua liberdade de expressão garantida e assinou um termo de uso desse espaço.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)