Opinião, Polêmica e Conspiração
Como parte do meu compromisso em acompanhar o Coritiba, procuro ler as informações que o cercam e recentemente li no Portal Parana Online, uma reportagem que comentava a respeito do possível uso do estádio Major Antônio Couto Pereira pelo time do A.Paranaense, enquanto o estádio deles, a Arena da Baixada, é concluído com uso dos recursos que virão para o estado por conta da Copa 2014.
Nós sabemos que essa história da Copa 2014, para o estado do Paraná é igual Mr. M, o Paladino Mascarado. Quando todos o conhecemos, ficamos impressionados, mas depois a verdade veio à tona e aí, ele se somou à tantos outros no limbo do esquecimento. É a tal da memória curta.
Para efeitos de comparação, adiciono à reportagem supra citada, cujo tom que a marca é o profissionalismo, algumas matérias que confirmam traços existentes deste profissionalismo no Coritiba. O novo centro de treinamento, investimentos com segurança, reforma do Couto Pereira, o que incluiu a nova iluminação. Além de tudo isso, tivemos o anúncio do novo patrocinador, bem como uma nova meta projetada para a quantidade de sócios, já que os recursos para 2011 não serão suficientes. Tudo pautado pelo planejamento estabelecido.
Voltando à matéria do Paraná Online, nela temos a citação de Mário Celso Petraglia e que vou dividí-la aqui para buscarmos entender um pouco melhor o que foi dito.
- "Time grande joga em qualquer lugar, não pode escolher casa. Estádio é meio objetivo não objetivo final. Esse é o título." E quem não concorda? Time que quer ser campeão não escolhe local nem adversário. Principalmente pelo fato do Coritiba ter jogado em Joinville nesse 2010 e ter cumprido à risca o que está descrito, ou seja, o estádio é meio objetivo, não objetivo final, que é o título.
- "Jogar no Couto Pereira, se for para engrandecer a imagem e a marca do Atlético, porque não?" Pelo profissionalismo já citado, creio que essa situação se torne realidade, pois seria uma fonte extra de renda, já que 2011 será de poucos recursos e muito trabalho.
- "Tem que separar passional de racionalidade. A maior parte da torcida não consegue imaginar isso, é motivada pela paixão e não pela razão." Outro passo que a profissionalização no futebol traz ao torcedor. O sentimento de torcer está sendo substituído pelo de apreciar. Ir ao estádio para assistir um jogo de futebol e torcer pelo seu time, dentro muito em breve não será mais a mesma coisa. Basta assistir a um jogo do futebol espanhol, por exemplo e ver como se comportam todos os envolvidos. Torcedores, jogadores, técnicos cumprem o que para mim, é uma peça de teatro, popularmente conhecido como futebol arte. Cumprem com a parte técnica, mas por outro lado apenas representam. Ou você leu e/ou ouviu alguma notícia de que algum jogador brasileiro que vimos passar por lá se machucar? São exemplos: Rivaldo, Romário, Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho, Denilson, Roberto Carlos, Robinho.
Depois de tudo que aconteceu com o Coritiba, inclusive no seu ano do centenário, a paixão deu lugar ao racional. Na esfera jurídica, tivemos o caso da maior punição aplicada para um time de futebol, sendo julgado e defendido por uma equipe de advogados liderados por René Dotti. Posteriormente foi colocado em discussão a proposta para a reforma do estatuto, que contemplará, caso aprovado pelos sócios em reunião extraordinária, um código de conduta, um manual de como torcer no Couto Pereira. E tudo isso tem um nome no comando: o vice presidente Vilson Ribeiro de Andrade, também conhecido pelo apelido de homem forte do Coritiba, situação que desbanca o então presidente Jair Cirino.
O profissionalismo é fruto resultante do progresso e traz consigo, obviamente, coisas boas e ruins. Já a paixão acompanha o progresso. Aliás, onde existe paixão, existe o ódio, bem como onde existe o profissionalismo, existe o charlatanismo.
É possível torcer por um time de futebol sem apaixonar-se por ele? Profissionalmente sim, pois os interesses mudam. Você não torce, ao contrário aprecia, simpatiza.
Se o torcedor paga para ter algumas horas de entretenimento e satisfação, mas não pode cumprir com a sua vontade principal, qual o motivo que o faz ir ao estádio, se não é o clube e o time? Será que existe uma combinação que resulte na paixão profissional? Para mim a resposta para essas perguntas é a prostituição e o torcedor que se prostitui está fadado a virar um robô, um objeto sem sentimento, porém de corpo presente e que aguarda por instruções, como a subida da placa bater palmas, ou ainda de outra placa gritar o nome do time para se manifestar.
Quem se dá bem no final disso tudo? Que o bom senso impere.
Volto a escrever após o dia 03/01/2011.
Sendo assim, meu amigo torcedor, que você tenha um FELIZ ANO NOVO com muita Saúde, Alegria, Felicidade e Paz no Coração.
SAV
Rodrigo
A opinião dos colunistas não refletem, necessariamente, a opinião do site.
Cada colunista tem sua liberdade de expressão garantida e assinou um termo de uso desse espaço.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)