Opinião, Polêmica e Conspiração
Uma ferramenta, usada principalmente como apoio para tomada de decisão, é conhecida por matriz S.W.O.T., cujo acrônimo corresponde a:
- Forças (Strengths);
- Fraquezas (Weaknesses);
- Oportunidade (Opportunities);
- Ameaças (Threats);
Essa matriz é utilizada nas empresas com o fim de trazer aos gestores as oportunidades e ameaças emergentes, bem como aperfeiçoar forças e reconhecer as fraquezas. As forças e fraquezas são tratadas como ambiente interno, a realidade atual da empresa, ao passo que as oportunidades e ameaças, o ambiente externo representam o futuro do mercado.
Tendo identificados os ambientes interno e externo, fica mais fácil definir as prioridades para atingir um determinado objetivo, quer dizer, ao saber o que ajuda e o que atrapalha, deve-se ainda manter sob olhar crítico, as ameaças.
A ideia principal é tirar o máximo de proveito das forças quando em conjunto com as oportunidades que aparecerem no mercado, mantendo controle nas possíveis ameaças, pois elas ditam o aparecimento de um serviço concorrente ou um novo produto no mercado.
Isto posto, trago o conceito para a realidade do Coritiba e abaixo seguem listados alguns itens pertencentes a cada variável da matriz, onde uma vez combinados, podem produzir resultados excelentes:
- Forças: Estrutura profissional, que possibilita aquisição de novos patrocinadores, bem como a entrada de novos sócios e o afastamento daquele conceito de empresa familiar, onde os sobrenomes comandavam; Imagem positiva no mercado, sendo clube de alta credibilidade pelas atitudes que tem tomado em relação ao cumprimento dos compromissos e respeito ético na transação de atletas; Estádio próprio e centro de treinamento, com clubes de outros países usando as instalações para pré-temporadas; Com mais de 1.2 milhões de torcedores a sua faixa entre 16 anos e 35 anos, representa 62% da massa de torcedores com alto poder aquisitivo (média de R$ 3.000,00 reais).
- Fraquezas: Estado financeiro que não permite ao clube gastos fora do planejamento, portanto, não contrate um jogador ou um novo técnico; Estatuto do clube ainda necessita de muitos ajustes, como por exemplo, o item que cita a espera em 6 meses consecutivos e inadimplentes para desligar um associado; Contribuição de sócios aliado exclusivamente ao resultado do campo o que inibe planejamento adequado a realidade para investimentos; Diferença absurda da cota de televisão que considera os grandes do eixo RJ e SP principalmente; Pouca exposição na mídia, principalmente pela cobertura da mídia paranaense voltada mais aos clubes de fora do que os próprios do nosso estado; Valores pagos de publicidade abaixo dos grandes clubes, incluindo a falta de comprometimento das empresas paranaense, com raras exceções.
- Oportunidades: Único time do estado na série A, uma boa hora para lançar alguns dos recursos da base no time profissional e também de usar e abusar do marketing, da imagem do Coritiba e de marcas como seu patrocinador esportivo, a Nike; Aproveitamento da base de sócios, considerando a faixa etária e a base de renda de R$ 3.000,00 reais; Melhoria das relações com os patrocinadores revendo preços e retorno aos mesmos, considerando o crescimento de todas as categorias do clube; Melhoria considerável da base nos últimos anos, sendo considerada por pesquisa recente como a 3ª. do Brasil; Retorno à serie A do campeonato brasileiro, possibilitando novos investidores; Aproveitamento com pequenos investimentos, junto ao Couto Pereira, possibilitando a inclusão de novas fontes de receitas.
- Ameaças: Ao lançar um recurso da base, ele podem “estourar” (jogar muito bem) e aí, corre-se o risco do clube ter que vendê-lo, ou simplesmente desligá-lo sem faturar, financeiramente falando, o que se projetava; Alto custo de investimentos no mercado de jogadores, com valores absurdos o que inviabiliza a contratação de grandes talentos, obrigando os clubes médios, a fazerem contratações pontuais; Riscos da lei Pelé que tirou o poder dos clubes em manter os seus grandes atletas, como por exemplo Marlus, Adriano, Rafinha, Keirrison, Henrique; Calendário desumano que obriga os clubes a jogarem em média 80 partidas por ano, gerando contusões e necessidade de manter enormes elencos para aguentar as competições; Empresários sem comprometimento com o projeto dos clubes, buscando apenas o retorno financeiro de seus investimentos. Vale lembrar que é evidente a existência de empresários sérios, porém ainda em minoria; Exigência da torcida acima dos limites financeiros dos clubes, o que leva os dirigentes na emoção investirem no que não podem pagar, gerando prejuízos enorme ao clube; Legislação Trabalhista extremamente rigorosa aos clubes gerando passivos impagáveis; Correntes políticas que pensam em seus interesses, esquecendo a grandeza da instituição e a sua importância.
Como torcedor do Coritiba, em muitas situações procuro entender o que se passa dentro de campo. Busco entender o comportamento de parte da torcida que ainda vaia, é impaciente e intolerante. Quando não é o jogador, é o técnico que erra. Se não é o técnico, é o depto de futebol. Seja uma jogada, uma escalação, um posicionamento dentro de campo ou até numa substituição, nada agrada.
Ao mesmo tempo, nesse quesito, fica o silêncio da diretoria que demonstra não se abater com isso, tampouco aparenta deixar passar tais demonstrações da torcida para dentro. E agindo assim, esta diretoria deixa o recado: nenhuma atitude que venha onerar, prejudicar o clube será tomada.
Certo ou errado nesta atitude, espero que essa matriz seja usada, até porque estamos ficando sem jogadores, principalmente pela quantidade de contusões, o que nos deixa automaticamente sem opções para o banco de reservas.
E NÃO! Não quero de volta nenhum desses: Bill, Léo Gago, Marcos Aurélio, Jéci, Leonardo, Davi.
SAV
RODRIGO
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