Opinião, Polêmica e Conspiração
Desde que o futebol nasceu, os simpatizantes de um e/ou de outro time que jogam uma partida nasceram também.
A popularização do esporte causou (ainda bem!) uma verdadeira revolução, movimentou povos unindo-os em prol de várias certezas, sendo uma delas a de auxiliar o time que simpatiza, lá de onde assiste a partida, a arquibancada.
Na essência, esse é o torcedor. Com o passar do tempo e com a evolução, principalmente tecnológica, o torcedor passou estar além da presença do estádio ao acompanhar o time pelo rádio, depois pela televisão chegando até a estar junto do time quando ele realiza partidas fora de sua casa, de seu estádio.
Ganhasse ou perdesse a partida, o torcedor estava ali, do lado do "seu" time. E esse conceito egoísta em se achar dono do time resultou em outros sentimentos, como por exemplo, achar que pode escalar esse ou aquele jogador, se achar no direito de xingar o atleta que erra um passe ou tem uma má apresentação, vaiar o técnico pela escalação desse ou daquele atleta ou ainda pela formação escolhida.
Aquele que até então era o torcedor envolve-se em seu próprio sentimento de posse e aí, muda de condição quando passa a sofrer.
Sofre porque em sua opinião não acredita que uma derrota possa se apresentar, principalmente quando seu adversário já entra na partida sendo considerado mais fraco. Para piorar, sofre porque não sabe perder. Depois o sofredor vem falar que é o clube que tem a responsabilidade pelo desempenho do time em campo, para quando acontecerem problemas, é o clube que tem que tomar conta disso.
Ora, se é assim mesmo que o sofredor pensa, ele deveria voltar a ser o torcedor e fazer o inverso: deixar de vaiar, xingar, invadir e atirar objetos ao gramado, por exemplo. Deve sim torcer e empurrar seu time até o apito final do árbitro.
Torcedor tem a certeza de que o trabalho executado pelo seu time é o melhor possível, que está dentro de um plano e que ele será cumprido, de uma forma ou de outra. Caso contrário, nenhum clube precisaria de planejamento, pois bastaria reunir os jogadores um dia antes de uma partida para conversar e recomendar algumas movimentações, sem o treino habitual que ocorre em todos os dias anteriores à partida.
Eu tenho plena certeza que todos os envolvidos atualmente no Coritiba pensam e entendem seus compromissos para com o time e sentem a perda. Principalmente quando perdem uma oportunidade acompanhada de uma derrota. A derrota contra o P.Clube em casa deve fazer com que o Coritiba mude seu modo de agir daqui por diante, já que as chances de ganhar o returno são praticamente nulas, o que reforça a manutenção do foco para a conquista do título estadual, num primeiro momento.
Portanto, quem deve pensar agora em se manter na dianteira do estadual, por enquanto são Londrina e JMalucelli, principais candidatos ao titulo do returno. São eles que enfrentam adversários de mesma expressão e em determinado momento, um deles deverá enfrentar o Coritiba na final.
Eu não gostei de ver o Coritiba perder em casa, pois além de perder a invencibilidade no estadual, perde a imagem construída da hegemonia quando joga em seus domínios.
Por outro lado aprendi e compreendi que perder faz parte do jogo e que o amanhã é outro dia. O futebol é assim.
Talvez seja por isso que ainda ficamos impressionados com o apoio da torcida de times como o Santa Cruz, ou de alguns times argentinos, ou ainda com a torcida do Fenerbahçe.
Torcer sim. Sofrer jamais.
SAV
RODRIGO
A opinião dos colunistas não refletem, necessariamente, a opinião do site.
Cada colunista tem sua liberdade de expressão garantida e assinou um termo de uso desse espaço.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)