Opinião, Polêmica e Conspiração
Entrávamos no trimestre final de 2012 quando o Coritiba dispensou Marcelo Oliveira e anunciou a contratação (antecipada) de Marquinhos Santos.
O técnico, até então conhecido nos departamentos de base de vários clubes e inclusive com passagem pela seleção brasileira, assumia o cargo de treinador do time do Coritiba.
Um time com um ótimo histórico, principalmente se contar a partir de 2010 que foi quando o presidente Vilson assumiu o Coritiba, um time até então tricampeão estadual, detentor do recorde mundial de vitórias consecutivas, sendo presente por duas vezes seguidas na final da Copa do Brasil.
A responsabilidade era grande em ter que ao menos repetir o feito de Marcelo Oliveira, técnico até então desconhecido no cenário nacional.
Pelo menos era isso o que se ventilava aos quatro cantos. Os vários formadores de opinião (jornalistas, comentaristas, blogueiros) desenharam Marquinhos Santos e criaram duas vertentes: as escolas inovadora e clássica.
Escola inovadora: O perfil mostra profissionais de baixa idade em posições ocupadas até então por profissionais de mais idade, caracterizados pela experiência. Está na inovação o diferencial de destaque do profissional, com pensamento criativo, tem um grande conjunto de ferramentas que o auxiliam no dia-a-dia oriundos principalmente na tecnologia e que dão o suporte que o lado criativo precisa, transformando ideias em números, itens mensuráveis que resultam em parâmetros e que, pela lógica ocasionam na montagem de um padrão de jogo.
Escola clássica: é o contrário da inovadora, pois defende que os atletas demonstrem respeito ao comandante com idade igual ou superior à sua e que já tenha atuado como jogador em qualquer posição, dando mostras que entendem também do gramado e seus atalhos. E por isso também, faltam para Marquinhos os atributos idade e experiência anterior no gramado para conseguir obter a atenção necessária, a confiança para implementar seu plano, fato demonstrado, segundo seus seguidores, com o segundo turno do campeonato estadual.
Um exemplo que vemos em outros esportes é o caso do Bernardinho no vôlei, um caso de sucesso da escola inovadora. Eu vejo que essa escola demorou demais para aparecer no futebol, talvez pela tradição de como ainda é tratado o esporte.
Aos apreciadores da escola clássica, digo que compreendo vossa abordagem, afinal ela é ainda dominante no Brasil, o que não desqualifica a nova escola. Sei que muitos vão dizer que o Coritiba jogou sem padrão tático. Eu digo que ele jogou fora dos padrões da escola clássica, atendeu a necessidade conforme o momento além de trazer dados para Marquinhos Santos de determinado atleta, dentro do contexto da partida, coisa bem vista no filme Moneyball, cujo esporte é o beisebol. Fica a sugestão.
Pois bem, as diferenças entre as duas escolas aliadas à resistência presente no modelo dominante fizeram com que Marquinhos fosse rotulado como estagiário.
Erro crasso, ao meu ver, pois julgar um profissional pela sua idade é demonstrar pensamento ultrapassado. Basta observar que estágio é uma atividade que exige do postulante uma busca pelo conhecimento da área que ele está por conhecer.
Estágio é um período que prepara para a vida profissional, portanto pode-se considerar que houve estágio com Marquinhos Santos quando ele esteve nas categorias de base do rival, A.Paranaense e, após mudar para o Coritiba, ainda cumpriu um período na base da Seleção Brasileira.
Marquinhos, agora como técnico de futebol profissional, passou no primeiro teste e atingiu nota máxima ao conquistar o título estadual. Aliás, vale o adendo: é o QUARTO TÍTULO ESTADUAL CONSECUTIVO do Coritiba, o que também demonstrou que ele seguiu o planejamento do clube, atingindo este objetivo.
Com desafios maiores, como a Copa do Brasil e o Brasileiro, Marquinhos irá dar continuidade ao trabalho que começou em Janeiro desse ano, contando com o suporte do presidente Vilson, do superintendente Felipe Ximenes e do seu braço direito, Tcheco.
Aproveito para fazer um pedido: que ele tenha suporte da maioria da torcida também, afinal somos considerados o décimo segundo jogador, portanto, jogamos com o time e para o técnico.
Agora se você não quiser apoiar ou ainda não quiser aceitar a realidade como ela é, não tem problema. Tenho plena certeza que você conseguirá encontrar uma vaga de estágio, quem sabe até assumir a que Marquinhos Santos deixou, afinal de contas todos passamos por essa fase e espero sinceramente que você possa progredir e sair dela.
SAV
RODRIGO
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