Opinião, Polêmica e Conspiração
Esta semana li um artigo escrito por Américo Canhoto (*) sobre a inveja.
O artigo, gentilmente compartilhado pela Renata (amiga e segunda madrinha), trouxe-me uma nova perspectiva na análise sobre tal sentimento, uma vez que sempre enxerguei que a relação era unidirecional, ou seja: os outros tem inveja de mim. Porém, após a leitura pude perceber que a inveja está intimamente ligada ao egoísmo. Uma passagem do artigo traduz:"... no entanto adoramos quando somos invejados. Isso nos faz sentir mais do que os outros; superiores até."
Ser invejado nos traz falsa sensação de poder, o que acaba na vaidade ("a preferida" da personagem de Al Pacino, no filme Advogado do Diabo) e tem total fundamento, pois como podemos pensar em união, se invejamos, sem exceção, uns aos outros?
Isso vale para todos nós onde quer que estejamos, seja em casa, no trabalho ou até no estádio. Quer dizer: Porque nos clássicos de antigamente, os estádios eram divididos meio a meio para cada torcida e hoje é diferente?
É fácil não pensar na inveja, ou ainda não ser invejoso? Não. Mas tem jeito? Tem sim. Primeiro temos que nos conscientizar de tal sentimento. Vejamos como:
- Negar a inveja nos conduz a uma atitude de auto-sabotagem. Em outras palavras, mentimos para nós mesmos;
- Quando crescemos à sombra de criaturas invejosas e dissimuladas, potencializamos nossas tendências e impulsos para desavenças e até para a criminalidade. Quem não se lembra do ditado "Diga-me com quem andas e te direi quem és."??;
- Cada um é um. Nossas existências são projetos de vida até parecidos, mas sempre com um diferencial.
- Quem detém esse sentimento num grau mais acentuado, também é uma pessoa dissimulada e mentirosa – isso gera um cansaço mórbido, insônia, dores pelo corpo, alergia, constipação intestinal, perda de memória, bruxismo. Fica a dica para quem tem alguns desses sintomas e que estão relacionados ao stress.
- Ao invés de perdermos tempo cobiçando a vida do outro, tratemos apenas de bem realizar a nossa, em paz e com o tempo;
Como identificar esse sentimento? Dentre as várias dicas, escolhi: Onde o sentimento da inveja é mais forte e perigoso é na vida em família. Pois, foi reforçado pela vida de competição e pela educação neurótica desastrosa, especialmente quando os pais vivem comparando os filhos – mesmo que não verbalizem.
Estabeleço aqui uma relação que começa com a torcida, pois ela representa uma família. Estendendo um pouco mais, um clube e a sua torcida são da mesma família. Vamos estender um pouco mais agora para nossos familiares, amigos da rua e/ou da escola ou ainda amigos que saem juntos. Sigamos nessa linha e vamos chegar em vários amigos que moram em outros bairros, em outras cidades ou até outros países e que com certeza são nossos melhores amigos. Se no caminho da vida do seu amigo ou da sua amiga, ele/ela passou a torcer por outro time, ou a prestar atenção em outro esporte ou ainda mudou o foco para outra coisa, pergunto: isso vai importar? Quem tem um amigo, tem uma família.
Portanto, se inveja não mata, aleija. Aleija o prazer de viver, de compartilhar, de ir ao estádio e torcer, de ser e/ou estar feliz.
SAV
Rodrigo
(*) - Américo Canhoto é Clínico Geral, médico de famílias há 30 anos. Pesquisador de saúde holística. Usa a Homeopatia e os florais de Bach. Escritor de assuntos temáticos: saúde – educação – espiritualidade. Palestrante e condutor de workshops. Coordenador do grupo ecumênico "Mãos estendidas" de SBC. Projeto voltado para o atendimento de pessoas vítimas do estresse crônico portadoras de ansiedade e medo que conduz à: depressão, angústia crônica e pânico. Colaboração de Américo Canhoto para o EcoDebate, 26/01/2011.
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