Opinião, Polêmica e Conspiração
Quando a gente pensa que já viu de tudo e cria esperança para que as coisas mudem, o ânimo se renova. A conversa com os amigos se renova. As ideias se renovam.
E o tempo passa...
De repente a gente se dá conta que a mudança esperada, na criação da esperança, não existe. É quando a gente adquire essa consciência que percebe que a história que passa nada mais é do que apenas um processo cíclico. A peça dessa vida teatral é a mesma, diferenciada apenas pelos atores.
Em algum momento esses atores buscam melhorar o espetáculo do qual fazem parte. Quando buscam pela melhoria, realizam um esforço considerado para muitos, descomunal. Algo de dimensão imensurável e que o resultado gerado se apequena comparado ao esforço para produzí-lo.
Assim, dentro desse movimento cíclico com pequeninas mudanças acontecendo é que vejo o Coritiba caminhar.
Pelo que citei anteriormente é que venho dentro de um processo de amadurecimento de um pensamento. Há pouco mais de um ano comecei a perceber que o Coritiba não depende mais de si para crescer. Aliás, o futebol no estado do Paraná está aquém da expectativa do torcedor.
Cresci vendo o Coritiba jogar contra times como o Matsubara, União de Bandeirantes, Colorado, Pinheiros, Platinense e vários outros que hoje só são presentes nas estatísticas. Vi como quase todos aqui, vários presidentes passar como o Evangelino, o trio Mauad - Prosdócimo - Malucelli, Jacob Mehl, Gionédis, Cirino e Vilson e em todas as gestões, sem exceção, uma pequena mudança acontecia no clube, mas o alcance dela era tão pequeno que o resultado final não demonstrava alteração.
Esse resultado final é a condição que o clube se encontrou em cada uma das gestões citadas e, em todas elas, sempre apareceu uma peculiaridade que fez com que o Coritiba fosse impedido de crescer. Similar a uma doença que consome o potencial energético do organismo e que se alimenta sempre dentro de um limite, sugando o necessário.
Eu, sempre como torcedor e forçosamente como associado, tentei. Tentei fazer com que essa morosidade e lentidão, ocasionadas por forças ocultas à minha visão e compreensão, fossem eliminados ou pelo menos descobertos para que ao menos pudessem ser combatidos. Participei por duas vezes do processo eleitoral intermediário para a escolha de conselheiros e em ambos os casos não consegui.
Me lembro como se fosse hoje quando participei de ambos os processos, do seu princípio ao fim. Observei também quem foram os escolhidos pelo corpo do conselho às épocas e então constatei, no segundo processo eletivo, o que vi na primeira eleição: Listas prontas e nomes dos afetos a serem votados.
Entre uma e outra eleição, participei de maneira um pouco tímida do processo de alteração do estatuto, promovida pela gestão atual. Convoquei pessoalmente vários dos críticos para que pudessem fazer sua parte junto ao clube, além de claro, criticarem o clube ao vento, nas rodas de conversa, nas listas e fóruns e em blogs e sites espalhados pela internet. Praticamente todos negaram a proposta. De repente o compromisso para ser vidraça (grande) parecia ser muito maior do que ser pedra (pequena), portanto mais fácil.
Por causa do Coritiba fiz e tenho algumas amizades verdadeiras, portanto não tenho como deixar de agradecer o clube por isso. Numa proporção nada equivalente, acredito ter adquirido desafetos. Faz parte. Não sou perfeito.
A amizade está além de apenas ter uma afinidade em torcer pelo mesmo clube.
Amizade madura, criada com respeito e verdade.
À vocês amigos, sou eternamente grato por termos nos conhecido.
Hoje encerro o meu ciclo com o Coritiba, mas não por ele e sim por tudo que aconteceu no seu entorno e do qual eu fiz parte ativa.
Por consequencia, encerro meu ciclo no COXAnautas.
Tenho plena consciência do trabalho que desenvolvi durante esse tempo, sou feliz e agradecido pela oportunidade de ter feito parte dessa equipe. Quem sabe, ainda nessa passagem, o ciclo que encerra, reinicie.
Só o tempo dirá.
SAV
RODRIGO
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