Opinião, Polêmica e Conspiração
Também chamada de osteíte púbica, pubeíte ou doença pubiana, a pubalgia nada mais é do que uma condição dolorosa da sínfise púbica ou na origem da musculatura adutora que piora progressivamente com o esforço físico e melhora com o repouso e fisioterapia.
A doença tem se tornado cada vez mais comum no meio desportivo, principalmente entre os jogadores
de futebol e tenistas como resultado de movimentos corporais compensatórios causados por gestos repetitivos durante a atividade física. Ela pode se tornar crônica e aí tem como principais causas o encurtamento dos músculos posteriores da coxa, a sobrecarga à musculatura adutora da coxa e a fraqueza dos abdominais.
São algumas causas:
- sobrecarga de treinamento
- excesso de impacto na região
- desequilíbrio muscular
- biomecânica incorreta do esporte
O diagnóstico é feito através de uma análise sintomática associada a uma minuciosa avaliação biomecânica de fatores intrínsecos, relacionados com o próprio atleta e de fatores extrínsecos, relacionados diretamente com a prática desportiva. Por apresentar sintomas pubianos e peripubianos, algumas patologias dessa região podem ser confundidas com a pubalgia, daí a importância do diagnóstico diferencial. Os sintomas variam de um atleta para o outro, mas manifestam-se por uma dor na sínfise púbica relacionada à atividade física.
São alguns dos sintomas:
- Dor na região púbica, principalmente ao levantar, sentar e ao tossir
- Aumento da dor com apoio unipodal e exercícios de alta intensidade (corrida)
- Sensação de ardor na região da virilha
- Espasmos de adutor
- Diminuição da amplitude de movimento do quadril
- Possível dor lombar
- No futebol, dor no primeiro passe ou chute
Em estágio mais avançado, a dor pode ser sentida nas costas (lombalgia) e na bacia, o que torna difícil as atividades mais simples da vida diária. Outros sintomas são dor ao tossir e espirrar, dificuldade na contração do abdominal e diminuição da amplitude de movimento do quadril.
A pubalgia crônica é tratada primeiramente de maneira conservadora com repouso do esporte, medicamentos anti-inflamatórios e fisioterapia diariamente. A fisioterapia tem papel fundamental no re-equilíbrio muscular e no retorno as atividades desportivas. O tratamento cirúrgico só é utilizado caso o tratamento conservador falhe, quer dizer, nos casos mais graves, opta-se pelo tratamento cirúrgico e após 2-3 meses o atleta retorna ao esporte progressivamente.
Em caso de atletas de alto nível, o condicionamento físico pode ser mantido com hidroginástica, deep-running, bike subaquática, mas não se devem praticar atividades de alto impacto.
O que é o Pubis?
Púbis é um osso do quadril (pelve) que fica sob a região genital. O púbis faz parte dos três ossos que formam a pelve, onde se inserem os músculos adutores e parte dos abdominais. Com traumas repetitivos (ou trauma agudo em alguns casos), além de mudanças bruscas de direção, impactos, falta de alongamento e desequilíbrios musculares pode haver um processo inflamatório envolvendo o osso, a cartilagem e os ligamentos da região. Além disso, os músculos que ali agem, principalmente os adutores e uma parte dos abdominais, também podem ser afetados.
Outras Particularidades
A pubalgia é um mal quase exclusivo dos homens que jogam futebol, pois a anatomia feminina, que muda o formato ósseo da bacia em razão do canal do parto, deixa a mulher mais protegida. No caso dela, um desconforto na região tem mais chance de ser hérnia ou endometriose, moléstia que pode até levar à infertilidade.
A dor na região do púbis também pode ser sinal de outras doenças nos homens, como hérnia inguinal, infecção uriária e inflamação na próstata. Por isso, ao primeiro sinal de incômodo na região, consulte um médico porque somente o ortopedista do esporte saberá diferenciar o diagnóstico de uma real pubalgia - e neste caso encaminhar ao fisioterapeuta para tratamento - ou iniciar os medicamentos para as outras causas de dor na região, como hérnia, infecção urinária etc. Além disso somente o médico tem autorização e formação para ministrar medicamentos.
FONTES
http://www.fisio-tb.unisul.br/Tccs/03a/isabela/artigoisabeladesouzafalchetti.pdf
http://www.culturamix.com/saude/doencas/pubalgia
http://www.webrun.com.br/home/n/pubalgia-tire-duvidas-sobre-causas-sintomas-e-tratamentos/11051
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RODRIGO
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