Opinião, Polêmica e Conspiração
Presenciamos todos, inclusive os que assistem o futebol, a ocorrência na Bolivia que resultou no desencarne de um torcedor.
Por isso empresto as palavras escritas pelo Mafuz em seu post, para iniciar o debate.
O crime de Oruro devolve uma antiga questão do futebol brasileiro: até onde vai a responsabilidade do clube por atos da sua torcida? É uma questão que só existe no Brasil, onde existe a lei (Estatuto do Torcedor) mas é desprezada. A responsabilidade dos clubes é objetiva: só o fato ilícito é o suficiente para puni-lo, dispensando-se a apuração da culpa.
Ocorre que no futebol brasileiro impri-mi-se à lei uma interpretação de conveniência, adotando-se a tese de que a instituição não deve receber sanção por ato isolado de sua torcida. Está aí a causa fundamental para a violência praticada pelas organizadas, e que agora foi exportada, alcançando, inclusive, uma morte.
Existe a lei, mas a pena é branda, limi-tando-se à interdição do estádio com a perda de mando. A lei deveria ser alterada para a sanção ser graduada a partir da perda dos pontos e até a exclusão da competição. Pode ser que se discipline e diminua o grau de violência, mexendo no bolso do clube e no sentimento do torcedor.
Conversávamos outro dia na listona do COXAnautas a respeito da setorização dos estádios e dos exemplos mundo afora existentes.
Foi aí que comecei a pensar que setorizar um estádio de futebol não se trata somente de uma questão de segregação financeira ou de administração local. É uma questão de segurança também.
A setorização melhora o controle do local principalmente se pensarmos num caso de emergência. O trabalho como um todo ocorre de forma planejada, ou seja, com o devido controle e isso resulta, automaticamente, numa melhor segurança. Assim são melhores atentidas todas as pessoas que participam do evento, sejam torcedores ou público de um show de uma banda de rock, por exemplo.
Ideia para examinar...
Segurança é o segundo item de maior importância na pirâmide de necessidades de Maslow e deveria ser assim tratada por nós em tudo o que fazemos.
É praticamente inadmissível estarmos no século XXI, a pouco mais de um ano da ocorrência de um dos maiores eventos esportivos, a Copa do Mundo 2014 e ainda temos que assistir a eventos de violência envolvendo briga envolvendo o nome das torcidas e a depredação de patrimônio público.
Falamos aqui de outro tipo de segurança. Isso é um descaso que acontece no Brasil já há um bom tempo. Entra ano, sai ano, os campeonatos ocorrem sem que aconteça uma mudança contundente e que traga uma melhoria para a segurança. A grande maioria está bem mais preocupada com a parte financeira (lucros) e deixa de lado a questão em assumir a responsabilidade quando se fala sobre segurança.
A responsabilidade da segurança de determinado local é do seu "dono", portanto a responsabilidade da segurança pública é do governo do estado.
Repassar essa responsabilidade para os clubes de futebol é o objetivo do projeto de lei 005.00025.2013 de autoria do vereador Tico Kuzma. Mas é como disse um colega: "Projeto de lei ele pode ter vários. Agora para virar lei, a história é outra".
Está aberto o debate.
SAV
RODRIGO
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