Opinião, Polêmica e Conspiração
O universo do futebol é guiado atualmente por variáveis importantes, que dependendo da área de interesse e/ou de atuação, promovem aquele que é o principal objetivo de uma empresa: Obter lucro.
São as redes de TV, agências de comunicação, marketing, publicidade e propaganda, repórteres dentro e fora de campo, juntamente dos fotógrafos. Na mesma tocada vem os patrocinadores: as montadoras de veículos, fabricantes de bebidas, redes de fast-food, instituições bancárias, empresas de telecomunicação.
Do lado desportivo temos os clubes com seu plantel de atletas e funcionários tanto no âmbito desportivo como no administrativo, funcional e jurídico. A movimentação continua com os empresários dos atletas, bem como seus assessores de comunicação. Ainda temos as federações, as arbitragens, os tribunais e superior tribunal de justiça desportiva e por fim a confederação brasileira de futebol.
Todos de alguma maneira até esse ponto tem alguma atividade que possa se caracterizar como remunerada no futebol.
E o torcedor?
Ele compra material esportivo do clube: camisetas, calções, meiões, tênis, chuteiras etc. Ele também se associa ao clube de coração, contribui mensalmente para de alguma forma auxiliar e ver seu clube crescer, quem sabe até contratar um atleta de renome, tenha esse atleta referência ou não com o clube.
Se ele não se associa, por qualquer que seja a dificuldade, dá um jeito de assistir ao menos o jogo com certa periodicidade estipulada e por isso, compra ingresso. Ainda assim ele vai ao estádio, come e bebe, quer dizer consome. E ainda tem tempo para apostar na Timemania.
É o torcedor que alimenta a imprensa, com a leitura dos jornais, blogs dos comentaristas e de outros torcedores.
É o torcedor que assiste na TV o jogo do seu time do coração e conforme o caso, ainda compra pacotes de transmissão exclusiva, que podem ser vistos também em bares e restaurantes espalhados pela cidade.
Quer dizer, o torcedor só tem gastos e dentro de todo o sistema do futebol é um dos poucos, senão o único que não é remunerado pelo esporte.
Então como pode ser possível pedir ou até exigir dele para que não xingue, não vaie e nem critique determinado jogador, ou treinador ou ainda o time pelo desempenho instável ou constantemente ruim, se ele sim, faz uso do constante investimento?
Que tal remunerar o torcedor também com pelo menos 10% do montante arrecadado com todo o esforço para que o espetáculo aconteça de acordo com o programado?
Um exemplo clássico: o Coritiba venceu o primeiro turno, situação que o habilitou a ser o primeiro time a estar nas finais do campeonato estadual 2013. E pelo que vem sendo divulgado, a postura do técnico Marquinhos Santos está sendo questionada após empatar a segunda partida do returno. Para muitos colocou em xeque a conquista do segundo turno, portanto, do título estadual de maneira antecipada.
Que obrigação é essa que foi criada e vendida para os torcedores do Coritiba, que na visão de alguns, o clube tem que conquistar o titulo de maneira obrigatória, antecipada e ainda por cima, invicta?
Fazer isso é criar uma expectativa ignorante, pois ela vai alimentar um sentimento ruim e as consequências não serão boas, sendo uma delas a frustração.
Infelizmente é isso que se vê sendo explorado e há muito tempo. É essa porção ruim que, por incrível que pareça, vende mais do que a porção boa.
E isso precisa mudar.
SAV
RODRIGO
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