Opinião, Polêmica e Conspiração
Um dia pensei, vivi e torci assim, querendo e vendo o time de futebol que eu torcia como um guerreiro dentro de campo o tempo todo, até o apito final.
Nessa época a dignidade e a identidade do time estavam preservadas, fazendo com que o comentário/julgamento que a arbitragem operava em favor dos "grandes" fosse mais verdadeiro.
Hoje, tento enxergar que o time como conjunto tem seu esforço e dedicação, mas não é mais como antigamente. Quero dizer que hoje, com a industrialização do esporte, a linha de produção de atletas assumiu um padrão com qualidade muito inferior se comparada com antigamente, o que acaba gerando esse novo pensamento. Hoje se estuda como melhor se aproveita um atleta dentro de campo. Antigamente zagueiro era zagueiro e não volante ou lateral. O ala de hoje é o ponta de ontem.
Assim acontece com qualquer coisa que passa pelo processo de industrialização, onde se produz um aceitável, dentro de padrões de qualidade relativos ao modelo do brasileiro. Quando falam que o futebol evoluiu, deve ter sido na produção de atletas e na tentativa de fazer com que os vários que vemos espalhados pelos campos de futebol desse país dêem algum retorno.
Sim, o futebol de antigamente hoje não existe mais e para quem assistiu Jairo, Orlando, Fedato, Oberdã, Cláudio, Nilo, Dirceu Krueger, Hidalgo, Negreiros, Paquito, Leocádio, Abatiá, Zé Roberto, Aladin, Indio, Toby, Lela, Gomes e muitos outros em campo, acredito que o incômodo é grande, principalmente pela baixa qualidade apresentada.
Falando em dias atuais, acredito que o Marquinhos Santos faz o que pode com o que tem, mas o que ele não pode é entrar na cabeça do atleta para fazer com que ele renda, ou pense nisso, a fim dele mesmo ser o que ele pensa que é, um atleta do futebol e não um padrão aceitável.
É aí que entra a figura do atleta que está no banco de reservas. Ele tem a chance de melhorar o padrão atual, atuando acima dos seus 100%. Aliás, o atleta que do banco de reservas deve sempre estar melhor preparado para que quando solicitado, faça o seu melhor e quem sabe, assuma a posição titular.
Essa é a "briga sadia" que deveríamos ver, mas ela é inexistente no futebol profissional. A impressão que tenho é que uma vez que o atleta sabe que chegou onde queria, ele se acomoda, diferente do futebol de base e o que explica toda a teoria de Marquinhos Santos ter funcionado muito bem na prática pelos departamento de base por onde passou.
As diferenças, ou seja, as melhores atuações ficam por conta daqueles que se encontravam longe do gramado, mas que por algum (bom) motivo, reaparecem num outro time, entendendo que tiveram uma nova chance para mostrar o seu trabalho.
Espero sinceramente que o problema do Coritiba seja de saúde física, ou seja, passível de correção num curto espaço de tempo e não de saúde financeira, porque não é comum ter quase um time inteiro, com seus melhores recursos afastados com dores, tendinites e afins e ainda por cima não vermos por parte dos reservas, um empenho na busca pela posição titular.
É claro que existem exceções e sei que não se pode cobrar de um atleta que ainda está em recuperação física e psicológica, principalmente depois de ter passado por várias cirurgias, afinal de contas seu corpo é seu principal instrumento de trabalho. Outra exceção aplica-se para quem acaba de chegar. Esse verdadeiramente busca mostrar seu melhor, no curto espaço de tempo, para conquistar de vez seu lugar.
Por isso não vejo justificativa para a pífia performance dos demais, portanto não espero nada diferente de um resultado vitorioso e convincente, para a próxima partida contra o Criciúma. O adversário está fragilizado, principalmente por ter seu comando técnico desligado, logo a oportunidade para se reeguer é a que melhor se apresenta.
Uma oportunidade dessas não pode se deixar passar.
O Coritiba tem que sair do padrão e para isso deve ir além do esforço do Marquinhos Santos, na colocação da estratégia. Alguns dos atletas que irão entrar em campo são do banco de reservas, portanto responsáveis por doar um "a mais" daquele que o titular apresenta.
Por mais que a torcida cumpra seu papel, mesmo que mantenha a média de 10.000 presentes em seus domínios, só assim vejo um Coritiba forte e vencedor. A torcida já deu mostras que não vai desistir, que acredita no time. Agora é a hora do atual time mostrar o mesmo.
Lutar até o fim de cada partida.
Mostrar que é possível fazer o impossível.
Mostrar que o Coritiba é Acima de Tudo.
É refazer a história 1985-2013.
SAV
RODRIGO
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