Pitaco
Ali ao lado, naquela breve estória que eu escrevi para ilustrar o perfil do blog, eu digo que já frequentava o estádio na barriga da minha mãe. Íamos nas antigas cadeiras amarelas no centro da Social, juntamente com meu querido avô, que tanto me faz falta. Lógico que eu pouco me lembro disso, lembro-me apenas quando eu tinha seis anos, dai para frente eu me lembro de muita coisa. Me lembro de ir a jogos especiais, como a estréia do Jimenez, aquele engodo boliviano que veio para cá depois de fechar (em termos) o gol da Bolivia nas eliminatórias para a Copa do Mundo de 86. Lembro sim da final de 89, quando fui a quase todos os jogos, ganhando do União Bandeirante com um time inesquecível, assim como lembro da penúria que passamos no início da década de noventa. Ali sofremos com toda a sorte de Cruvineis, Rizzas, Oliveiras, Fossatis, Afrânios e Everaldos. Vi o time de 98 perdendo e o de 99 ganhando. A partir de 2000, altos e baixos, até que eu dei um tempo para o futebol... A gente cansa um pouco, fica distante, se aproxima do lado obscuro e mau do esporte, onde eu pude ver toda a sorte de absurdos, principalmente quando o mês de trabalho não tem trinta dias e sim noventa. Confesso que voltei porque me senti estimulado (e ali embaixo eu vou dar "nome aos bois"), e não porque ganhou ou perdeu. Na verdade eu nunca me afastei por completo, só deixei de ir efetivamente ao estádio, preferindo a poltrona de casa.
Hoje eu percebi o tempo perdido. Hoje foi o dia/noite que completou um ciclo e que me parece não cessar tão cedo. Posso dizer que essa foi a semana mais intensa que eu tive no que diz respeito ao Coritiba Foot Ball Club. Começou de leve, com uma vitória sofrida diante da Ponte Preta, passou por outra vitória, na minha opinião, ÉPICA, diante do Palmeiras. No dia seguinte, fomos ao Couto Pereira passar o dia comemorando o aniversário do clube. Ali eu me emocionei ao ver a foto do meu tio Ayrton Merlin na parede do memorial, enquanto meus ídolos Jairo, Reinaldinho e Reginaldo Nascimento batiam papo com os torcedores. Chorei, não nego... A agradável surpresa da Nova Mauá... Domingo mais uma grande vitória diante do Bahia, mas não era ainda a cereja do bolo. Hoje nós tivemos a comprovação de que o projeto é para dar certo, quando fomos reapresentados a um jogador fora-de-série. O Coritiba Foot Ball Club hoje foi gigante, superior, insuperável. Trouxe um jogador para se ir buscar no aeroporto, como fez a torcida no sábado. Ídolo para muitos, Alex está ai para mostrar para o Brasil inteiro (e ao mundo também, porque não?) o Coritiba, apresentando o clube e mostrando que somos fortes para trazê-lo de volta à sua casa.
Eu tô muito feliz, porque vejo que o clima é diferente, vejo um horizonte bacana, uma energia muito positiva. Parabéns a todos nós que fazemos parte dessa nação maravilhosa, a NAÇÃO ALVIVERDE!!!
Já se passaram cerca de seis meses desde que eu comecei a escrever meus textos aqui no site. E isso não seria possível se não fosse algumas pessoas, já que, como eu mencionei ali em cima, andava desmotivado a me aprofundar nas coisas do clube. Quando eu aqui cheguei, eu já tinha recuperado toda a minha identidade alviverde de volta, totalmente reintegrado ao ambiente. E as cito sem medo de cometer nenhuma injustiça, porque sei que todos os outros irão entender, e porque sempre valorizei o sentimento da GRATIDÃO. Pessoas como Albano do Nascimento, Vinicius Lima, Persio Ferreira e Augusto Andrade Junior, que apesar de hoje distantes, foram extremamente importantes, mesmo que virtualmente, num momento onde o que importava era me distrair e ajudar a recuperar o tempo que perdi. Foram muitas horas de discussões e risadas inesquecíveis, podem apostar. Esses foram responsáveis por me resgatar para a parte do debate e da convivência com coxas-brancas de verdade. Para eu voltar ao campo, ao Alto de tantas Glórias, é preciso agradecer ao Anselmo Dupas Pereira e ao Prisley Meger Gomes. Fui também no momento de dificuldade, e se algo bom aconteceu nesse momento difícil, esse algo é o clube que eu voltei a amar, por intermédio desses. Se hoje eu me emociono e me orgulho de ser COXA-BRANCA, essas pessoas foram decididamente importantes num momento onde não restava muito desse orgulho... OBRIGADO!!! Que Deus, o Grande Arquiteto do Universo, os abençoe...
Contato: pitaco@coxanautas.com.br
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Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)