
Pitaco
Essa semana já tivemos dois exemplos interessantes relacionados ao aspecto mercadológico do futebol, algo que o torcedor comum não atenta, e que são extremamente importantes na vida econômica de um clube de futebol. O primeiro exemplo vem da apresentação do balanço econômico do Coritiba Foot Ball Club no exercício de 2012. O balanço publicado essa semana mostra que as receitas relativas ao programa de sócios quase superam os dividendos que a TV traz para o clube. Se hoje temos um efetivo de 31 mil sócios em dia, contando ai aqueles que pagam R$ 9,90 por mês, é por que somos um "produto" rentável na visão do consumidor final, que é o torcedor. Nesse aspecto, convém usar essa fatia de receita como justificativa para aumentar o outro lado do bolo, as cotas de televisão, ainda que esteja previsto um reajuste considerável em 2015
Hoje o Coritiba recebe em torno de R$ 24,4 milhões/ano em direitos de transmissão, sendo que a partir de 2015 receberá um reajuste de R$ 22 milhões a mais no contrato, totalizando R$ 46,4 milhões. Mesmo assim, a projeção é ainda mais positiva se considerarmos que as receitas poderão sofrer aumentos desde que o time corresponda em campo. O presidente Vilson Ribeiro de Andrade sempre declarou que, para termos um time capaz de brigar por títulos expressivos, era preciso que o clube estabilizasse uma receita média e proporcional de R$ 70 milhões/ano. Assim daria para formar um time competitivo e forte. Parece que estamos no caminho certo.
O segundo exemplo vem das Terras Baixas... Hoje o C.A.Paranaense divulgou que entrou em acordo com a televisão fechada, para que os jogos das finais sejam transmitidos pelo sistema pay-per-view. O que podemos concluir disso? Que, por suposição, o acordo econômico foi mais vantajoso proporcionalmente ao que os outros clubes receberam para transmitir o campeonato num todo. Claro, eu estou fazendo um exercício de "achismo", já que esse tipo de acordo não vai ser divulgado na sua totalidade. Mas mostra que o Coritiba pode (e deve) se valorizar ainda mais para o ano que vem, pois não é possível achar que o valor oferecido a nós seja o suficiente, caso seja confirmado que o rival foi "beneficiado" por ter chegado a final. Cabe lembrar ainda que o risco era grande de não disputar o título, e que todos os outros aceitaram os termos propostos e assinaram o contrato. Quem iria imaginar que o único a não aceitar os termos chegaria na final, não é mesmo?
É importante lembrar que, na hora de discutir contratos e negociar valores, a paixão fica fora da equação e quem decide quer o melhor para si, independente do que acham os torcedores. Na hora do negócio, vale a oferta mais atraente. É a lei da oferta e da procura. Se nós não soubemos negociar um valor melhor (talvez lá no início do ano fosse bom), fica a lição para a próxima oportunidade. E se os representantes do rival tiveram a felicidade de conseguir um aumento, mérito deles. Só sei que a primeira partida eu vou assistir na TV, isso que importa (já que eu teria que ouvir pelo rádio). Já a segunda... Com toda certeza estarei comemorando o título dentro do Couto Pereira, que é a nossa casa.
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