
Pitaco
Em 2011 nós iniciamos o ano meio ressabiados. Afinal de contas tínhamos voltado da segundona, com um treinador novo, jogadores novos, enfim, tudo novo. Eu estava otimista com a forma que subimos em 2010, praticamente atropelamos na segundona, mas uma insegurança era normal. Veio o título de bi-campeão estadual, a sequência de vitórias, a maior do mundo, digna de verbete no Guiness Book. Final da Copa do Brasil e ficamos nas mãos do Vasco. Perdemos. Fim de Brasileirão, chance real de ir para a Libertadores, o que confortaria a torcida por conta da CB perdida, e não deu de novo, perdemos a chance diante de um time rebaixado. Tudo bem, pensei, fica para 2012.
Tri-campeão estadual, o que eu considero normal, dada a qualidade dos adversários regionais. Mais uma final de CB, e eu achando "agora vai, o Palmeiras é um time muito inferior ao nosso"... E não foi. Mais uma vez ficamos no meio do caminho. Insistimos um bom tempo com um treinador desgastado com jogadores e torcida. E quando o trocamos por outro vimos o time evoluir. E agora chegamos no fim da temporada com risco de queda para a segundona de novo. Temos 45 pontos, falta um ponto para se salvar. E duas partidas para disputar. E agora? Tomara que seja apenas mais um quase, quase cair para a segunda divisão. E não adianta dizer que nós estamos livres. NÃO ESTAMOS! O risco existe sim.
Aqueles que, ao lerem as colunas do Rodrigo Sibut Vieira, iam lá nos comentários e ridicularizavam a conta dele, de 46 pontos, agora estão enxergando o óbvio. Para a salvação, 46 pontos. E enquanto não conquistarmos esse 1 ponto que falta, é assim que o torcedor comum vai se sentir. Frustrado...
É lógico que o clube evoluiu, isso eu já escrevi N vezes em outras colunas. Mas a visão de torcedor agora é o meu tema. Não adianta ver agora com olhos de administrador, é preciso olhar sob a ótica da paixão de vez em quando. O pensamento não é pessimista, muito pelo contrário, é apenas uma reflexão do momento. Nada de dizer que tudo está errado, que os atletas não prestam, que a comissão técnica é inexperiente. Funcionou até o momento em que todo mundo achou que tínhamos nos livrado do risco, levando a um relaxamento sem sentido. Agora o risco voltou, ainda que em proporção menor. Está mais do que na hora de sumir com ele. Porque perder para o Vasco em casa, sem treinador, sem salário, sem uma porção de titulares e sem ambição não pode. Menos ainda de virada.
Ontem no e-Esporte Paraná Alex deu um show. Show de inteligência e lucidez ao analisar a forma como os clubes do Paraná se comportam de forma pequena ante os desafios que estão para encarar. E foi direto ao declarar que o Coritiba se apequenou ante o Palmeiras na final da Copa do Brasil. Detonou a imprensa, dirigentes e torcedores que pensam pequeno e não contribuem para o fortalecimento do futebol do Paraná em geral. E quem sabe ele tem razão. Nós sofremos de autofagismo agudo, não sabemos valorizar o que temos. E quando soubermos, dificilmente seremos batidos. Só pegar o exemplo do Rio Grande do Sul.
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