Pitaco
Meu avô um dia sentado na sua poltrona enquanto assistíamos uma partida do Coritiba no Brasileirão de 97 disse, depois de ver o time atrás jogando pelo empate e sem vontade de atacar: "time que joga para empatar não empata... PERDE".
A filosofia é correta, já que eu raramente vi algo sem ambição conquistar os objetivos traçados para o momento. Entrar para jogar pelo empate não é uma característica do Coritiba. Pelo menos não era até o tal futebol de resultado aparecer no Alto da Glória com Marcelo Oliveira, Dorival Junior e Ney Franco. Hoje somos mais aquele time que surge no início do campeonato como a nova sensação mundial e com o tempo se percebe é que somos comuns mesmo.
Agora, diante do Botafogo fora de casa, como vai ser? Vai jogar acuado, com um monte de volantes e esperando o adversário para sair em contra-ataques? Vai jogar pelo empate, porque segundo seu técnico "empate fora de casa é um excelente resultado"? Vai se comportar como time pequeno, que respeita tanto o adversário que é capaz de achar normal uma derrota, típico discurso de treinador sem ambição e com medo de perder o cargo?
Ou jogará da mesma forma que jogou contra o Grêmio, como time d'Alma Guerreira que a gente um dia viu jogar, pressionando o adversário, mordendo na saída de bola, ralando a bunda no chão? Porque isso que ai está não é o Coritiba que eu me acostumei a ver em campo. Porque não pode ser o time mordedor, com raça, vontade e determinação? Qual é o medo dos jogadores de serem determinados e voluntariosos? Porque jogar com medo e com respeito em demasia?
Quem tem que fazer o time jogar desse jeito é o TREINADOR. Se o treinador não tem postura de time grande, que se troque o treinador. Não vejo energia suficiente no Marquinhos para fazer esses caras se entregarem mais durante uma partida. E se é assim, acabou o ciclo.
Contra o Botafogo, time que vinha liderando o certame, tem que ser o início da arrancada. Tem que vir de lá com a vitória na mala, sem essa de ficar feliz com o empate. Porque ficar feliz com pouco faz acostumar-se com pouco. Até quando vai ser assim?
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