
Pitaco
Faz muito tempo que a torcida do Coritiba pede, com toda a razão, o aproveitamento da base no time de cima. E sempre nós acabamos ficando na espera e vendo a banda passar. Mas de qualquer forma, olhando o elenco que temos em mãos hoje, percebemos que muitos dos meninos subiram para o profissional e estão à espera de uma oportunidade. Só no elenco principal temos Rafael Martins e Victor Brasil, que são goleiros, Bonfim e Luccas Claro (zagueiros), Bernardo e Timbó (laterais), José Rafael, Rafael Silva, Thiago Primão (meias), Artur (volante) e Alex e Raphael Lucas (atacantes). Ainda pedem passagem jogadores como Abner, Icaro e Denner, ainda "verdes" para o profissional. Mas porque esses jogadores não são realmente aproveitados?
De acordo com a diretoria do clube, existe ai um planejamento para o lançamento de atletas da base à médio prazo. Isso para a base realmente dar retorno. Coisa de cinco a oito anos. Segundo o presidente Vilson Ribeiro de Andrade, em resposta aos questionamentos que enviei por email, "o processo de aproveitamento da base no profissional continua seguindo o que foi e está sendo planejado, todos os direitos federativos pertencem ao clube e nós decidimos todos os passos destes atletas". Mas isso não conta os jogadores que estão no profissional, que poderiam ter sido aproveitados no Estadual, por exemplo. E é ai que mora o perigo (na cabeça deles): é visível a busca pelo futebol de conjunto, tanto na base quanto na categoria profissional. Ouvindo palavras, lendo pautas, observando o time, fica praticamente óbvia a escolha dessa filosofia.
Na minha ótica não existe tanta vantagem em apostar no futebol de conjunto. Até porque não vai subir um time inteiro do sub-20. E ao que parece, jogadores que subiram agora não se encaixaram então na base que existe no profissional. Porque se fosse o contrário estariam jogando. E ai se chega numa encruzilhada: apostar em valores individuais para "fazer dinheiro" no futuro ou apostar no conjunto para formar um time, ainda que os riscos de deixar passar um talento por não saber aproveitá-lo existam? Será que não seria melhor aproveitar um Alex, um José Rafael ou um Rafael Silva, do que continuar insistindo com Aquino, Marcel e Caio Vinicius? Em contrapartida, é certo dizer que o trabalho na base está sendo feito da melhor maneira possível, levando-se em conta todas as dificuldades iniciais que a equipe de trabalho encontrou.
A base será efetivamente aproveitada? É esperar para ver...
E acabou a Copa do Brasil. Apesar de todo o esforço e de todo o trabalho desempenhado, mais uma vez ficamos sem o título. Mas eu espero sempre o melhor, acho que podemos nos firmar nesse cenário e conseguir coisas mais significativas no futuro. Sem esquecer que ainda temos a Sulamericana, competição nos mesmos moldes que a Copa do Brasil e que eu entendo ser perfeitamente possivel conquistá-la.
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