
Pitaco
Interessante observar a filosofia de trabalho das pessoas que hoje comandam a comissão técnica do Coritiba. Desde que despontou como treinador, Marquinhos Santos sempre foi incensado como grande formador de novos talentos e como profissional que sabe tirar dos jogadores jovens o seu melhor. Quando aqui chegou, logo começou a implantar sua concepção de trabalho a partir da escalação de alguns jogadores oriundos da base alviverde. Hoje todos podem ver que gradativamente se ampliam as opções de atletas que podem ser úteis.
Desde a primeira partida oficial de 2013, já foram utilizados 14 jogadores que estavam na base desde o ano passado (Bonfim, William Rodrigues, Primão, José Rafael, Rafhael Lucas, Rafael Silva, Igor Leandro, Filipe Ramon, João Victor, Guaraci, Vaná, Luccas Claro, Djair e Denner). Sem falar naqueles que foram para o banco de reservas e não entraram ainda em campo (Victor Brasil, Tadeu, Ícaro, Luizinho, Eberson, Igor Celio e Yago). É um número impressionante se levarmos em conta o fato de que, nos anos de 2010 a 2012 não tivemos nenhum grande jogador revelado.
Independente de ter ou não qualidade, algo que só teremos certeza com o tempo, o mais importante é que o Coritiba está usando seus pratas-da-casa novamente. E isso só pode ser bom para o clube. Revelar novos valores faz com que o clube se recicle e gere receitas a médio prazo.
Jogar num esquema de jogo diferente é sempre um desafio. Depois de tanto tempo atuando com aquele esquema 4-5-1, onde tínhamos um atacante de referência (Bill e Deivid, por exemplo), com jogadores rápidos e de toque de bola fácil pelos lados (Rafinha, Davi, Marcos Aurélio), eis que Marquinhos Santos inovará e testará um 3-5-2 no jogo de hoje contra o Toledo. Se observarmos nosso elenco, veremos que material humano para isso tem (sem levar em conta as laterais/alas, que são a prioridade hoje para contratações). Hoje é dia de observar um Leandro Almeida, que faz a sua estréia e vem precedido de muita fama. Jogará pelo lado direito, enquanto Chico ocupa o lado esquerdo e Pereira fica na sobra. Aliás, o Pereira é um caso a parte. Na minha opinião, acho que jogando na sobra ele vai render muito mais do que apostar corrida com atacantes de velocidade e leves. Nas alas, o improviso. Gil sempre rendeu bem pelo lado direito, enquanto Patric se saiu bem no segundo tempo da partida contra o Arapongas, quando foi deslocado para o lado esquerdo, apoiando bem e fazendo bons cruzamentos. Do meio para frente não tem nenhum segredo, mantendo a mesma formação.
Mas também não podemos nos iludir e achar que tudo vai dar certo de cara. Para se adaptar ao novo esquema, é preciso treinar e jogar muito, até para acertar os detalhes de posicionamento. Mas dadas as circunstâncias, acho que o 3-5-2, pela característica de nosso elenco, tende a dar mais certo que o anterior.
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