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Fabiano Utrabo Merlin09/01/13, 09h14
Pitaco

A "imprensa" do Paraná

Eu nunca fui um crítico mordaz da imprensa do Paraná. Sempre tive o cuidado de separar as informações e analisá-las da melhor forma possível. Mas quando a gente vê manchetes como "indefinição faz Coxa improvisar para esconder antigos pratocinadores" (que nos expõe ao ridículo), "Everton Ribeiro deixa o Coritiba para jogar no Cruzeiro" (sem que a negociação tenha sido concluída), notícias do quão "frustrante" foi a apresentação oficial para 2013, e toda a resenha relacionada à "dívida" com Deivid mostra toda a falta de vontade com o clube. Nem quero saber o que falam sobre o rival pois não é problema do Coritiba. O que irrita mais é o fato de que qualquer coisa que envolve o clube está relacionado com algo ruim ou negativo. Não vejo nenhuma notícia boa e otimista, só alfinetadas sem sentido e gratuitas, especialmente vindas dos veículos de comunicação pertences ao grupo RPC. Eu poderia citar nomes, mas nem acho justo para eles, jornalistas, que devem ser novos no ofício, além de dar mídia gratuita para babacas incoerentes. Ainda precisam de um bom tempo para adquirir experiência e poder justificar o salário que ganham. E no que contribuem para o efetivo crescimento do esporte no estado e no país? NADA!

Não quero contudo ser visto como recalcado ou rancoroso. É uma queixa plausível e justificada, já que a minha paciência e a de todos os torcedores e simpatizantes da instituição Coritiba Foot Ball Club chegou ao limite. A verdade é que a maldade é fruto da incompetência e da limitação desses sub-profissionais das letras. Enquanto isso, eu prefiro ouvir e acompanhar alguns da velha guarda, que pelo menos sabem o que falam e escrevem. E não um monte de piás de prédio inconsequentes que começaram no jornalismo agora.

Acompanhando via twitter a apresentação oficial do Coritiba (não pude ir, infelizmente, por questões de saúde), apenas confirmei o que eu já havia constatado no evento comemorativo ao aniversário do clube. A mentalidade muda sempre para melhor. Independente da frustração (para alguns, não para mim) em relação à contratações, é certo que vivemos dias muito diferentes daqueles que marcaram o início político deste grupo que ai está. Se um dia tivemos Jair Cirino dos Santos e Paulo Jamelli, hoje temos Vilson Ribeiro de Andrade e Felipe Ximenes.

Você pode gostar ou não dos dois. Você pode achar que eu estou exagerando. Mas o que você, meu caro leitor, não pode jamais, é fechar os olhos, ficar emburrado e achar que as coisas vão de mal a pior. Hoje respiramos diferente, se antes reclamavam que o Cirino era mocorongo (e eu fui buscar essa lá na década de 70), hoje pelo menos temos um presidente que se impõe, mesmo quando exagera e se contradiz.

Se analisarmos friamente, veremos que foi o melhor início de temporada dos últimos anos, principalmente por conta da vinda do Alex. E se colocarmos na ponta do lápis o elenco que temos hoje, e que pode ser melhorado com o passar dos dias com contratações pontuais, veremos que estamos no caminho certo. Não gosto muito de falar sobre as especulações sobre jogadores que podem vir, até porque o futebol é dinâmico e muda a toda hora. E tenho certeza de que é preciso melhorar ainda mais. Só lembrando que contratar jogador caro para o Estadual é um tanto quanto demasiado, já que campeonato estadual costuma ser deficitário. Em contrapartida, a gente pode ficar sem opções por ter demorado demais. Que a diretoria tenha o pensamento de usar nossa categoria de base, pelo menos para sabermos quem presta e quem não presta. Sem dar chance aos meninos, não teremos como incentivá-los a melhorar a cada dia. Ou será que nossa base virou formadora de atletas para o Rio Branco, J. Malucelli, Toledo e afins?

Antonio Carlos Pracidelli chegou para dar jeito nos goleiros do clube, tanto os de hoje como os de amanhã. Sempre fui um entusiasta da posição de goleiro, fiz cursos de treinamento específico, trabalhei com garotos ensinando os segredos da posição em escolinhas. E sempre fui influenciado diretamente pelo trabalho de três profissionais da área: Jair Leite, Almir Domingues dos Santos e Antonio Carlos Pracidelli, este último, na minha concepção, o melhor preparador de goleiros do Brasil, e um dos melhores do mundo. Para ilustrar o caso, basta ver o exemplo do Palmeiras. Desde Gato Fernandez, isso lá em 1995, o clube não contratava goleiro. Marcos, Sergio, Diego Cavalieri, enfim, todos que ali passaram até 2012 foram formados por Pracidelli. Por ai a gente já vê a competência do profissional. Acho que foi a melhor contratação para frutos de médio e longo prazo que o Coritiba fez até hoje. Sorte ao grande Carlão, porque competência ele tem de sobra.

Fabiano Utrabo Merlin

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