
Pitaco
Eu estava escrevendo sobre o jogo de ontem, sobre a apatia do time, sobre a falta de comando do treinador. E eis que toca meu celular. Era o comunicado da demissão do treinador. Então é o fim de um ciclo vitorioso e importante para o Coritiba. Ao mesmo tempo, um ciclo complicado e recheado de incoerências de ambas as partes. Porque queira ou não, o Coritiba teve seu melhor momento desde a conquista do Brasileiro em 1985. Queira ou não chegamos a duas finais de Copa do Brasil, quando nem o mais otimista dos torcedores apostaria um real nisso. Dentro e fora do campo experimentamos uma sensação diferente. A sensação de estar evoluindo, ainda que os resultados teimassem em não aparecer em certos momentos. E o fim do ciclo de Marcelo Oliveira é o mesmo de outros treinadores de renome. Um dia Muricy Ramalho foi tri-campeão brasileiro pelo São Paulo. E caiu... Um dia Telê Santana ganhou tudo com o mesmo São Paulo. E também caiu...
Marcelo Oliveira não seria eterno. Seu discurso estava desgastado com todos, principalmente com os jogadores. Seus depoimentos pós-jogo não convenciam mais ninguém. Sua teimosia com alguns atletas era insuperável (ainda que nada me tire da cabeça que isso não vinha só da teimosia dele). Sua falta de padrão de jogo era visível. E Marcelo Oliveira caiu...
Marquinhos Santos é um profissional teórico, tal e qual Carlos Alberto Parreira (guardadas as devidas proporções). É um sujeito estudioso, com um plano de trabalho bastante interessante. Pesa a pouca idade (33 anos) e a falta de experiência em dirigir clubes profissionais. Talvez fosse uma bela aposta para iniciar um trabalho, talvez seja prematura a sua subida ao profissional do Coritiba. Será que ele terá forças para se impor diante de um Pereira, de um Lincoln, de um Deivid? Será que Tcheco desempenhará seu papel de assistente, esquecendo do seu passado como atleta neste mesmo grupo? São questões para reflexão e não para soar como críticas. Só o tempo vai dizer. Mas merece toda a nossa confiança e apoio quando estrear no sábado frente ao Flamengo. Porque foi trabalhado para assumir desafios. Quando teve a oportunidade, não fugiu da responsabilidade e só por isso já merece o meu respeito.
Enquanto ele for o treinador do clube, me resta apoiar e incentivar a ele e os jogadores. E assim vai ser... Começaremos já neste sábado, confesso que estou curioso para saber como ele vai montar o time. E o trabalho será duro, árduo, repleto de sacrifícios de todas as partes. E que o Coritiba Foot Ball Club saia ganhando com tudo isso.
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Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)