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Fabiano Utrabo Merlin12/08/12, 19h35
Pitaco

O "X" da questão (2)

Nesse momento eu vou tentar ver por outro prisma... Vou me concentrar em tentar enxergar a coisa de uma forma totalmente diferente. Como a diretoria não se pronuncia a respeito, isso gera uma porção de teorias conspiratórias e elocubrações com um pouco de sentido. Mas vamos lá...


PORQUE NÃO TROCA DE TREINADOR?


Desde a final da Copa do Brasil de 2011, parte da torcida tem sido bastante insistente em dizer que o treinador não serve e que deveria ter sido trocado. Naquele momento eu achava prematuro, porque não tinha sentido nenhum tomar uma atitude drástica dessas. E convenhamos, qual torcedor coritibano apostaria no início da temporada que o Coritiba chegaria a uma final daquela, não é?
Pois bem, passado o ano de 2011 em branco (porque campeonato estadual é OBRIGAÇÃO, dado o nível das equipes que o disputam), veio 2012. E chegamos a mais uma final, dessa vez com um pouco mais de dificuldade. E perdemos. Hoje o Coritiba patina no Brasileiro e mostra futebol de time de segunda.
Tem que ter uma conclusão? Então lá vai: não troca de treinador porque um VENCEDOR e com ESTRELA, seja lá quem fosse, jamais iria se curvar ao Ximenes ou ao Vilson, ou a quem quer que seja. Iria afastar todas as ínguas que lá estão, ia tostar a parceira e o Coritiba teria que começar praticamente do zero.
Quero lembrar aqui a passagem de 2010, onde a torcida praticamente exigiu a volta do René Simões ao clube. E o que aconteceu? Deu com os burros n'água. Mas também temos que levar em consideração que o Marcelo Oliveira não pode ser considerado o maior culpado, o que nos leva a próxima questão:


PORQUE NÃO MANDA EMBORA AS BABAS E NÃO CONTRATA GENTE QUE PRESTA?


O parceiro não manda muito lá, não. Ele sugere os atletas a quem contrata, esse olha para o curriculo do cidadão e dá sua decisão: sim ou não. Então vem o vivente, se sente jogando no Barcelona (sim, porque perto do Avai, que não passa de um Rayo Vallecano, o Coritiba é um Barcelona), e todo mundo já sabe o resultado que se apresenta. Eu não vi o Robinho jogar no Avaí ou mesmo no Santos (onde ainda era Robson), eu sempre achei o Urso medíocre (mas sempre torci para que ele desse a volta por cima), Lincoln tem cartaz na Alemanha e Turquia. Everton Costa veio mais por conta do interesse do arqui-rival. Roberto estava escondido no oriente. Não tem como comparar isso tudo. Enquanto isso, a gente se ressente de um matador de qualidade, um cara para empurrar a bola para dentro. Dependemos do Leonardo, que não faz uma partida boa a pelo menos um ano e meio. Tudo a seu tempo, é verdade. Mas será que os meninos da base não eram mais promissores? O que nos leva à última questão:


PORQUE OS GAROTOS DA BASE NÃO FORAM TESTADOS?


Era simples, tínhamos o Estadual (que, repito, é OBRIGAÇÃO de ganhar), os meninos estavam na ponta dos cascos por conta da Copa São Paulo, era só colocar para jogar contra os Arapongas e Operários da vida e pronto, já dava para se ter uma idéia. Mas nãããããão... "É cedo para isso, Fabiano. Nós temos um planejamento, um projeto, que vai possibilitar um retorno próximo com os garotos". "Mas quando???" "talvez em 2025". Lógico, é uma ironia, mas é o que parece. Hoje não daria para colocar os garotos. Iria queimá-los. Era para testar antes, quando tudo estava tranquilo, quando os resultados eram detalhe. Agora que o jipe tombou (ou está quase tombando), não é justo.


Resumindo: eu não perdi a esperança de ver o Coritiba melhor, não deixei de acreditar no Vilson ou mesmo no Ximenes. Não tenho a menor intenção de apontar o dedo e dizer o que está errado, não tenho essa pretensão. Fica muito fácil criticar agora que tudo está muito complicado, mas também não dá para ficar calado. Quando você já entra em campo sabendo que vai perder é complicado. "O medo de perder tira a vontade de ganhar", Vanderlei Luxemburgo, 1998. Nunca vou esquecer. E hoje o Coritiba parece que perdeu o gosto de ganhar. Mas também tem a outra máxima, "o tempo é o senhor da razão". Espero que seja, e que as coisas melhorem, pelo menos eu vou torcer e acreditar até o fim. E que seja breve, pois o tempo tem razão mas também passa rápido demais.

Fabiano Utrabo Merlin

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