
Pitaco
O futebol é mesmo uma atividade ímpar. Quando a gente se põe a preparar o "ritual" para essa atividade, quando a gente pára para analisar tudo isso, é sempre interessante. Eu tenho certeza que cada um aqui tem sua neura, seu ritual, sua rotina. Obviamente que alguns não tem, e alguns ainda não perceberam que não tem . Provavelmente depois de ler isso, logo perceberão algumas particularidades.
Minha rotina é a mesma instituída em 2010, quando da disputa da série B. Eu precisava de uma distração, estava passando por problemas de ordem pessoal. Ai eu pensei "porque não voltar ao Couto Pereira?". Já que era para distrair a cuca, nada melhor que o futebol. Desde então, sempre chegando cerca de duas horas antes do jogo começar, me posto ali na frente do mastro da bandeira coxa-branca, próximo ao Bejão (a.k.a Churrascaria Alto da Glória) já com minha camisa branca número 5, em homenagem ao meu tio-avô Merlin. Encontro um monte de gente bacana para bater papo, resenhando sobre o Coritiba. Entro no estádio e desço até o fosso. Ali eu caminho até meu lugar, o mesmo de sempre, embaixo da escada de acesso às Superiores, cadeiras brancas, primeira fileira, quase colado na torcida adversária. Vejo um par de loucos (no bom sentido) que sempre ficam xingando o torcedor adversário (principalmente irmãs e mães dos mesmos), naquela provocação característica. O Coritiba ataca para os fundos e o pessoal ali se instala. Acaba o primeiro tempo e todo mundo migra para o outro lado.
Não adianta, todo mundo tem uma mania. E o que motiva todas as nossas manias é o Coritiba Foot Ball Club. No próximo jogo em casa estaremos lá. Com o mesmo ritual.
E é com o mesmo ritual que a torcida do Coritiba vai para o Alto de Muitas Glórias no próximo domingo, para jogar a partida que realmente vale. Jogar um atleTIBA é sempre diferente, é um campeonato à parte. Mesmo que um dos dois não esteja atravessando uma boa fase, é nessas horas que a superação aparece. Cansei de ver o Coritiba ganhar do rival que estava em alta. Assim como já vi o contrário. O que a gente tem que aguardar é a respeito do esquema tático a ser utilizado. Iremos de 3-5-2? Ou iremos no 4-4-2? Isso pouco importa. A gente quer ver o Coritiba ganhando. Se fizermos um bom papel no domingo contra o Rio Branco, poderemos encaminhar a conquista do primeiro turno no clássico. E ai é muito mais gostoso.
Embora seja um espaço sobre futebol, e sobretudo, o futebol coritibano, eu acho que poderia dizer aqui a uma pessoa que me lê e me dá sugestões sempre que me encontra, que a vida nos prega peças, nos deixa em situações difíceis, e às vezes nos cobre de tristeza. Diria mais, diria que se nós aqui estamos, é para aprender, seja com as coisas boas, seja com as coisas ruins. Que se um dia a esperança for menor do que a esperada (com o perdão da redundância), que se dê tempo ao tempo, que se tire lá do fundo um restinho de vontade, que para você, meu amigo, nunca faltou. No que conversamos na quarta-feira, antes do jogo, quando você me confidenciou sua tristeza, pode ter certeza que, tanto eu quanto minha amada esposa pudemos sentir que você, apesar de tudo, ainda é uma pessoa forte e determinada, que vai superar tudo isso. A mesma determinação e energia que eu pude compartilhar há pouco mais de dez anos, quando pude aprender com a sua sabedoria profissional, trabalhando no clube que mais amamos. Sei o quanto você detesta a publicidade, e o quanto gosta de ficar no seu canto. Mas pode ter certeza que aqui tem um caboclo sempre pronto, de pé e à ordem, para auxiliar no que for necessário. E pode estar certo que seu futuro, meu querido, é muito mais radiante do que seu presente. Deus te abençoe.
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