Por trás da Notícia
Vitória carnavalesca
A chuva e o feriado esvaziaram as arquibancadas, mas quem foi ao Couto Pereira pôde ver um Coritiba jogando aproximadamente 30 minutos como Coritiba, tocando bem a bola e atuando com raça, mostrando saber tirar proveito da evidente fragilidade do adversário, um time desorganizado e sem qualidade técnica, com todo respeito à grande e fiel torcida operariana.
No resto do tempo pareceu mais se resguardar para o clássico, com direito a Rafinha substituído para evitar qualquer infortúnio que pudesse tirá-lo da primeira decisão do ano. Os 4x1 vieram ao natural e agora é foco total no atleTIBA.
Pedindo passagem
Enquanto Marcel e Júnior Urso - dois contratados que chegaram com o título de "reforços" - vão deixando passar as oportunidades, o jovem Caio Vinícius e Gil mostraram que estão prontos para assumir as vagas na equipe titular.
Não só pelos gols, mas pela voluntariedade, raça e iniciativa, no jogo deste domingo ambos pediram passagem. Agora é ver se Marcelo Oliveira também entendeu assim, a escalação do clássico definirá.
Por outro lado é possível que o treinador opte por uma alternativa mais conservadora, com dois volantes de exclusiva marcação no meio (Willian e Urso) e um atacante "mais experiente" (Marcel). Seja qual for a escalação, o importante é a vitória.
Muito a melhorar
Caio Vinícius inegavelmente deu muito mais mobilidade ao ataque do Coritiba. Apresentou-se, tabelou, fez gol (teve sorte, mas finalizou com qualidade), dominou boas bolas, finalizou bastante...
Por outro lado, perdeu lances bobos, errou passes fáceis e deixou de marcar gols imperdíveis.
A falta de experiência e a pouca idade podem explicar, mas é preciso intensificar os trabalhos específicos de fundamentos com o atleta. Tem muito potencial e no momento se mostra uma opção melhor que Marcel.
Torço para que continue se desenvolvendo, mas também que para o infinitamente mais disputado Brasileirão o recém-chegado Roberto venha a ser "o cara" de que o ataque Coxa precisa.
Falando em trabalhos específicos...
Se Lincoln treinou chutes de fora da área ao longo da semana que antecedeu seu gol que abriu o placar na goleada contra o Arapongas, penso que é hora de treinar mais os de dentro da área.
No jogo contra o Operário o meia produziu boas finalizações de longa distância - apesar de nenhuma ter resultado em gol - mas de perto mostrou a mesma deficiência de outras ocasiões, quando "se enrolou" com a bola e desferiu arremates risíveis.
Outro que precisa ficar treinando bastante, mas outro fundamento - o passe - é o volante Júnior Urso. Talvez Marcelo Oliveira pudesse aproveitar para deixá-lo focando só nisso, promovendo Gil ao time titular - caso mostre capacidade pra isso nos treinos além do que fez no jogo.
Já que o assunto é defesa
Os mais otimistas dirão que o Coritiba não levou mais de um gol em nenhuma rodada do atual certame regional. Fato.
Os menos otimistas observarão que, à exceção das duas primeiras partidas, a defesa alviverde foi vazada em todas as demais partidas da competição (sete jogos). Fato.
Duas formas de avaliar os mesmos resultados.
Nas goleadas os gols sofridos talvez possam ser explicados pelo relaxamento que a aparente facilidade do jogo demonstrava. Mas há que se ressaltar que houve ocasiões em que o gol adversário não só complicou a partida, mas também chegou a impedir a vitória, fazendo com que o primeiro turno chegasse a ficar comprometido. Fica o alerta.
Invencibilidade
Já são 42 jogos e dois anos sem derrota no Campeonato Paranaense. Números interessantes quando se avalia que não temos visto notícias de outros clubes em situação similar, seja de qual estado forem.
Como mencionei no post anterior, contudo, ser "invencível" não basta. O que garante as conquistas são as vitórias.
De volta ao páreo
E por falar em vitórias, se até esse sábado o Coritiba era dado como "galinha morta" por muita gente - principalmente pela imprensa ruborizada (parafraseando o amigo Luiz Betenheuser) - a derrota do rival para o bom Arapongas deixou o Verdão novamente em condições de brigar pelo primeiro turno.
Para vencê-lo, porém, é preciso derrotar o próprio time da segunda divisão - antes beneficiado por três maus resultados alviverdes - fora de casa, além de garantir os três pontos na rodada final, contra o Roma, no Couto Pereira.
Apenas as vitórias interessam e a torcida coritibana estará unida em torno deste propósito. Ano passado ficou claro que vencer o primeiro turno facilita bastante o caminho para o título. Vencer ambos e evitar uma final deixaria ainda mais evidente o domínio Coxa-Branca em terras paranaenses, o que nada mais seria do que a confirmação de um fato.
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