Por trás da Notícia
Essa segunda-feira, 10 de abril de 2011, marcará a torcida coritibana pelo anúncio do fim do vitorioso ciclo de um grande ícone da história recente do Coritiba.
Através da imprensa o meio-campista Tcheco anunciou que se aposentará dos gramados no meio deste ano, ao fim de seu contrato, que prorrogara em dezembro por mais seis meses.
Em seu retorno, ao contrário de Marcel, provou que era capaz de mostrar a mesma qualidade e o comprometimento que marcaram sua primeira passagem, quando, aos 27 anos, foi efetivamente revelado ao futebol nacional, defendendo honrosamente o manto alviverde.
Saiu para o mundo árabe fazendo juras de amor ao clube e dizendo-se um Coxa-Branca. Em sua passagem pelo Grêmio, contudo, criou fortes raízes naquele clube e me decepcionou enormemente ao comemorar um gol de Marcel, após assistência sua, como se tivesse sido o gol de um título mundial, em pleno Couto Pereira.
Por conta disso fiquei muito receoso quando de seu retorno, mas com o tempo e as boas atuações, bem como sua vibração e entrega durante os jogos, Tcheco reconquistou minha confiança e a de outros eventuais desconfiados torcedores.
O fim do ciclo pode ser considerado natural em se tratando de um jogador de 36 anos. Mas quando vejo que Tcheco segue sendo titular na grande maioria dos jogos, correndo, entregando-se, dando assistências e sendo decisivo, pergunto-me por que ele decidiu confirmar o fim da carreira agora, em vez de renovar pelo menos até o fim do ano.
Analisando suas declarações ao longo das últimas semanas, culminando com a do anúncio em questão, concluí que Tcheco cansou, mas não (só) fisicamente. Cansou-se, sim, de jogar ao lado de companheiros tão descompromissados e/ou sem qualidade.
Que perspectiva teria ele ao ter a seu lado no meio-campo jogadores como Júnior Urso, Lincoln, Renan Oliveira? Ao olhar para frente e ter de tentar enfiar bolas para atacantes que sequer conseguem dominá-la?
Infelizmente ele está certo ao parar, deve fazê-lo enquanto tem a admiração e o respeito da torcida. E se aceitar o cargo que Felipe Ximenes lhe oferece (seja ele qual for), esperamos que consiga acertar de fora do campo aquilo que acabou não conseguindo fazer dentro dele, enquanto em pé de igualdade com seus atuais pares.
Obrigado Tcheco e boa sorte a você e ao Coritiba, que precisará muito dela agora que não mais o terá em campo.
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