Por trás da Notícia
Hoje não vou falar do mais recente jogo do Coritiba - o empate em 0x0 diante do Nacional em Manaus - pois creio que o resultado e o desempenho da equipe (segundo narrado pelas rádios, pois não assisti ao jogo) não agradaram muita gente, então seria "chover no molhado".
O título da postagem é, evidentemente, irônico. Sei que vai desagradar a muita gente, principalmente aqueles que odeiam comparações ou que não gostam de ver uma linha sequer escrita sobre o rival. Infelizmente, porém, um pequeno paralelo se faz necessário traçar.
No Alto da Glória a diretoria coritibana manteve Marcelo Oliveira fundada nos resultados satisfatórios do ano passado, vendeu alguns atletas, manteve outros e acabou contratando "reforços" que vêm sendo contestados e não conseguem substituir à altura os que saíram.
Já na baixada, uma revolução no futebol que começou até pela diretoria. O coronel voltou, fez uma limpa no elenco, vários jogadores que eram emprestados foram embora e as contratações começaram tardiamente. Para o comando técnico, porém, foi contratado o polêmico Juan Ramon Carrasco, conhecido pela ousadia e ofensividade em seus esquemas, bem como por traços de excentricidade.
Se de um lado Oliveira justifica empates dizendo que o time não entrosou, do outro Carrasco pegou um amontoado de jogadores que nem cobriam todas as posições e, com improvisações ousadas, levou o primeiro turno do Paranaense mesmo sem invencibilidade.
Já disse em outra ocasião que invencibilidade não ganha títulos, sobretudo quando se empata muito. Ganhar um jogo e perder dois resulta no mesmo número de pontos de empatar três.
Aí muita gente vai dizer: "ora, o time da segundona perdeu para o Sampaio Correia na Copa do Brasil, já o Coritiba empatou contra um time até melhor".
Verdade, a diferença é que "eles" têm um time extremamente frágil, e esta comparação, por mais que eu a faça agora, é justamente "nivelar por baixo" o parâmetro para o Coritiba.
Por que eu comparo, então? Justamente para mostrar o quão complicada é a situação do Verdão (ou seria "Pretão"?), que perdeu o primeiro turno para um time fraco, mas que teve um diferencial no banco: Carrasco arrisca tudo, até perdendo às vezes, enquanto Oliveira parece preferir o conservadorismo, sem arriscar muito, principalmente nas escalações.
Só para ficar clara a diferença: o uruguaio vem improvisando um atacante na lateral (Pablo, pela direita). Oliveira desde o ano passado usa um zagueiro pra mesma posição (Lucas Mendes, pela esquerda). Carrasco joga com três atacantes mesmo não tendo jogadores qualificados no elenco, já o treinador alviverde opta por isolar um centroavante que claramente sente falta de outros para servi-lo (não entrarei no mérito técnico).
A verdade é que ambas equipes são frágeis, com o Coritiba sendo um pouco melhor no papel. Sem ousadia, porém, sucumbe com vários empates contra equipes sem tradição ou desmontadas, como contra o próprio time de segunda.
Que reforços são essenciais para o Brasileiro já ficou mais do que claro. Agora é preciso que Marcelo Oliveira decida se quer estar aqui também para treiná-los quando essa competição começar, pois com essa forma de jogar o Coritiba tende a ter dificuldades, principalmente fora de casa. De novo.
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