Reflexões em Verde e Branco
Existe a verdade... Mas neste mundo, o que temos como verdade pode ser realmente o concreto, como pode ser apenas uma “versão” daquilo que querem que vejamos como concreto.
Olhamos o mundo através de filtros, sejam eles fundados em nossa própria experiência e convicção, sejam eles forjados e direcionados a conduzir a nossa interpretação.
O premiadíssimo filme Matrix, trata exatamente dessa teoria, de que a “realidade” pode ser apenas uma experiência conduzida, onde somos meros fantoches.
Na coluna publicada em 12/09/2014, entitulada “Inapropriado”, escrevi a seguinte colocação:
Precisamos filtrar bem as informações que nos chegam, para não irmos “no embalo” de pensar exatamente o que querem que pensemos. Eleições e oportunistas andam de mãos dadas. “Seja sensato com um tolo, e ele te chamará de imbecil” – Eurípedes
Na coluna publicada em 25/08/2014, entitulada “Corredores”, escrevi a seguinte colocação:
No entanto, na proporção do sucesso da equipe, inflaram-se também os egos, acelerando a metástase dos cânceres políticos que assolam o Coritiba há décadas. Os holofotes foram o alimento da necessidade de exposição voraz. E o que era um projeto de conjunto, passou a ser a bandeira de cada lado em seu pleito solitário.
Na coluna publicada em 19/08/2014, entitulada “Digira”, escrevi a seguinte colocação:
...Permanecerá só a alcunha de “Pior Presidente da História”, imposta por uma carta apócrifa, redigida por covardes que, assim como os "justiceiros da internet", sequer têm coragem de mostrar a cara. Colocar toda a culpa de uma situação global, numa única figura, é algo tão imbecil quanto prejudicar seu próprio Clube achando que está ajudando de alguma forma.
Na coluna publicada em 04/08/2014, entitulada “Das coisas que (não) entendemos”, escrevi a seguinte colocação:
Enquanto muitos focam em “alvos”, os problemas persistem. Há uma questão institucional, há um vício estrutural, não só no Coxa, mas no futebol como um todo. É preciso repensar muita coisa para que efetivamente cresçamos de uma maneira saudável. E enquanto eu pesava nisso, mais uma pedra era atirada... Afinal, perguntar pode não ofender, mas quem foca o problema numa única pessoa, está realmente buscando soluções, ou só se notabilizando como mais uma engrenagem nessa grande e arcaica máquina viciada? São dois lados de um mesmo problema.
E por que cito estas passagens?
Porque todas elas tratam de um mesmo assunto. Todas elas remetem à reflexão de algo importantíssimo que vem ocorrendo no Coritiba e que passa despercebido por muitos, algo obscurecido pela “realidade” que querem que vejamos, pela “realidade” conveniente aos que efetivamente controlam as coisas.
Que um clube de futebol é eivado de interesses, isso é óbvio. O mundo do esporte bretão é permeado por cifras irreais e negociações estratosféricas. Há espaço para todo tipo de gente, desde os que se dedicam a um ideal, até aos que só querem “a sua parte nisso tudo”.
Como prometido, fui dar uma pesquisada nas Chapas que concorrem à eleição e o resultado disso foi assustador. Ou pior que isso, foi ratificador!
Observar os grupos e suas composições foi nada menos do que comprovar tudo aquilo que já escrevi, tudo aquilo que tentei pincelar sem ser específico, que tentei alertar sem tocar necessariamente na ferida.
Mas como não podemos viver de meias palavras e o momento pede um posicionamento, o farei! O nosso Coritiba Foot Ball Club precisa que as coisas sejam colocadas em pratos limpos (ainda mais numa importantíssima época de eleições como esta), sob o risco de mantermo-nos estagnados e adstritos a interesses que passam longe dos nossos enquanto torcedores.
Vilson ou Bacellar?
Pouco importa!
Se hoje é “Fora Vilson”, amanhã será “Fora Bacellar”! E por que digo isso? Simples... Não é de se estranhar que antes disso já ouvimos “Fora Cirino”, “Fora Gionédis”?
“Fica Abel... Fora Jacob Mehl”!
Estranha coincidência?
Ou será que as coisas foram intencionalmente levadas a isso?
Como disse anteriormente, não tratarei de meias palavras. Seguem alguns nomes para que possamos analisar todo o contexto e o lapso temporal envolvido no sistema:
André Luiz Macias, Arthur Klas Neto, Christian Gaziri, Eduardo Jaime Martins, Luis Fernando Stellfeld, Osvaldo Fernando Dietrich, Pierpaolo Petruziello, Pierre Alexandre Boulos, Ricardo Gomyde. Estes são alguns nomes que faziam parte da gestão de Giovani Gionédis.
Gionédis saiu escorraçado, como todos bem sabem... Uma nova gestão assumiu, desta vez com Jair Cirino e alguns nomes: Arthur Klas Neto, Christian Gaziri, Eduardo Jaime Martins, Luis Fernando Stellfeld, Pierpaolo Petruziello, Pierre Alexandre Boulos, Ricardo Gomyde, entre outros.
Perceberam algo de interessante?
Pois vejam o grupo que assumiu junto com Vilson Ribeiro de Andrade, após a saída conturbada de Jair Cirino: Arthur Klas Neto, Christian Gaziri, Eduardo Jaime Martins, Luis Fernando Stellfeld, Pierpaolo Petruziello, Pierre Alexandre Boulos, Ricardo Gomyde, entre outros.
Agora lhes desafio: Ganha um doce quem acertar os nomes que estão na “oposição” para o pleito de 13/12/2014!
Bingo!
Sem qualquer juízo de valor, não é preciso ser nenhum gênio para concluir que, apesar das mudanças de “nomes” que encabeçam as gestões, os grupos permanecem os mesmos. E isto num período de tempo que vem, no mínimo, desde 2002.
Veja: Estamos falando de um lapso temporal de mais de 12 anos!
Se formos mais fundo, acharemos outros nomes reincidentes em períodos que nos remetem à mais décadas, com sobrenomes que já fazem parte das paredes do Couto Pereira, tamanho são seus enraizamentos.
Evangelino da Costa Neves também saiu escorraçado...
Volto a citar uma passagem de texto anterior meu:
...quem foca o problema numa única pessoa, está realmente buscando soluções, ou só se notabilizando como mais uma engrenagem nessa grande e arcaica máquina viciada?
Pois hoje, a “pessoa da vez” tem nome, e é Vilson Ribeiro de Andrade. Amanhã pode ser Rogério Portugal Bacellar...
A questão que fica não é (só) o modus operandi cíclico, mas as interrogações dos “porquês” disso.
Todos anseiam por mudança, queremos um Coritiba cada vez mais forte... Por isso votaremos na oposição! Ops... Mas que oposição?
Esta “oposição oficial” do Coritiba?
Será que mudar, hoje, não seria exatamente ao contrário?
A Matrix entraria em colapso...
Os interesses dos que erguem a “bandeira da mudança” podem ser diferentes daqueles nossos interesses enquanto torcedores. Aliás, como saber?
Chegou a hora de darmos um basta. De deixarmos de ver as coisas com os filtros que nos impõem.
A realidade está aí, bem debaixo dos nossos narizes... Basta que abramos os olhos!
Um abraço!!
Luiz Berehulka
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