
Reflexões em Verde e Branco
Na primeira parte do Campeonato Brasileiro, antes da parada para a Copa do Mundo, escrevi reiteradamente que nosso time era melhor do que sugeriam os pontos e a posição na tabela.
Via uma constante melhora na maneira de jogar, mesmo que as vitórias insistissem em não vir.
À exceção da ridícula partida em Criciúma, em praticamente todas as demais vimos um Coritiba com domínio (mesmo que muitas vezes estéril), com boa postura defensiva e pecando apenas em alguns pontos de individualidade (a maioria no ataque).
Era um panorama que induzia a acreditar que os resultados positivos se resumiam a tempo. Uma melhor preparação, um melhor entrosamento, um pouco mais de prazo para Celso Roth “ter o time nas mãos”, além de algumas pontuais contratações.
O Campeonato parou, o time teve mais de 40 dias de preparação exclusiva, uma limpa no elenco (e em setores chave do departamento de futebol) foi feita e contratações chegaram...
E?
Tudo continua literalmente igual!
Igualzinho... “Ipsis literis”... Tal qual...
Toma gols inexplicáveis (e de começo de partida), segue tendo o domínio de jogo, dá mostras de que pode reverter, mas sucumbe.
É impressionante como trocam-se as peças e tudo continua a mesmíssima coisa!
O problema é que por “mesma coisa” entende-se não só a maneira de jogar e os resultados, mas também a posição na tabela. E se continuar sempre “a mesma coisa”, o final já está mais do que escrito.
É claro, é evidente que este elenco, como um todo, não foi bem formado.
Aliás, no quesito “formação de elenco”, estamos abaixo da média desde 2010 (na formação do elenco de 2011).
A grande realidade é que somos (nós, o Coritiba) incompetentes na administração do futebol. Reparem que pessoas se alternam à frente do clube, sempre com propostas concretas de reestruturação administrativa, que efetivamente funcionam, mas que são diluídas dentro de campo, punidas pela bola.
O “grande salto” a que me refiro em 2011, se deu não por conta de uma pessoa em específico (Felipe Ximenes, ou Vilson Ribeiro de Andrade), mas sim por causa de um grupo. E engana-se quem acha que estou falando do conselho ou da equipe administrativa: Estou falando da L.A. Sports.
Como é praxe na nossa torcida, a parceria com a L.A. foi demonizada. Todo e qualquer problema era imputado a ela, assim como “torcedores profissionais” se incumbiam de vasculhar informações atrás de suspeitas de improbidade ou corrupção. A L.A. era acusada de ficar com o dinheiro que "seria do Coxa" se o departamento de futebol fosse independente... A L.A. era a culpada por não termos bons jogadores subindo da base (só queriam usar jogadores da L.A.)... E assim por diante.
Pois a parceria acabou, e com ela toda a “nossa” expertise em contratar e formar plantéis!
Muitos gostam de traçar paralelos, citando o Paraná Clube, por exemplo, onde a L.A. saiu e levou consigo seus jogadores, deixando o time à míngua. Porém, no caso do Coritiba, tudo sempre foi diferente: Os jogadores tinham contratos com o clube e, mesmo com a parceria se encerrando, os vínculos contratuais se mantiveram.
O “X” da questão é outro: A L.A. Sports sabia “ler o mercado”, tinha bons nomes no staff e essa parceria, mesmo com um ônus financeiro ao clube, era saudável.
De que adianta um departamento de futebol independente, mas incompetente?
Não seria hora de alinhavarmos parcerias novamente?
Um abraço!!
Luiz Berehulka
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