
Reflexões em Verde e Branco
Eu iria falar do jogo entre o Coxa e o Toledo, onde finalmente, depois de uma fase turbulenta, pudemos ver o time jogar de forma concisa, com o lançamento de meninos no time principal e com solidez defensiva!
Mas não!
Vou falar de algo que vi ontem à noite e é, senão tão importante quanto, até mais importante do que o jogo do final de semana:
ABNER!
Que satisfação ver a seleção de base do Brasil ser elogiada... que satisfação ouvir que o melhor jogador da base do Brasil é Coxa... que satisfação!!!
E sabe o que deixa tudo ainda mais importante? É lembrarmos que esse “despontar” de um menino da base do Coritiba se dá exatamente na posição mais carente do nosso time hoje: A lateral esquerda!
Basta lembrar que o melhor jogador hoje da posição, é um lateral direito improvisado e com o pé trocado.
Ontem, o Brasil perdia para a Bolívia por 1 x 0. Após empatar em cobrança de falta, Abner abre espaço com um belo drible pela ponta esquerda, e cruza com primazia para o gol da virada. E pra encerrar com chave de ouro, já no fim do jogo, após rebatida do goleiro, Abner pega o rebote na diagonal, com pouco ângulo, e de peito de pé coloca a bola na caixa! No canto alto! Na forquilha! Um golaço!
E não foi só isso. O menino fez um jogo sólido, com excelentes apoios, perfeito posicionamento defensivo, ousadia e habilidade. Tem se destacado não só nesse, mas em todos os jogos. Já é credenciado como o melhor jogador do selecionado do Brasil no torneio!
E sabe o que é mais gratificante? Saber que o piá vem de família boa, é empresariado pelo próprio pai, já recusou uma bela proposta do São Paulo e está de contrato renovado. Somando tudo isso a seu bom futebol, temos a receita perfeita para a formação de um atleta DE PONTA, e justamente na posição que mais estamos carentes.
Claro que muitos irão falar para “não haver precipitação”, que “um jovem talento tem que ser colocado no momento certo”, e muitas outras frases prontas do futebol que, no meu modo de ver, são apenas hipotéticas!
Hipotéticas porque temos inúmeros exemplos contrários! Alex não precisou de “momento certo”, Adriano (que hoje brilha na Europa) não precisou de "momento certo"... lembram do finado Alemão? Entrou com idade de Junior, fez gol, deu bicicleta, fez golaço em São Januário... uma pena não ter o Coritiba na época conseguido um bom contrato, fazendo-nos perder um craque em potencial.
Esses dias o Zé Rafael entrava e resolvia uma partida praticamente perdida!
Claro que há de se ter todo um trabalho para a adaptação e transição de um atleta da base para o time principal, e a comissão técnica alviverde sabe bem disso. Mas uma coisa é fato: Quando o garoto “tem bola”, ELE MOSTRA QUE ESTÁ NA HORA DE ENTRAR... e o Abner está pingando óleo e pedindo passagem!
Resta a comissão do Coxa saber trabalhar bem o talento dele, a diretoria gerir com sabedoria seu contrato, e a torcida controlar sua mania de “exigência” (um sinônimo bonitinho para chatice e impaciência)... porque no resto, o piá está pronto!
Vem, Abner... a torcida Coxa está te esperando!
Um abraço!!
Luiz Berehulka
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