
Reflexões em Verde e Branco
Pode ser crueldade o rótulo, mas infelizmente para Castorzinho, o estigma de “promessa que não vingou” é um fato. Talvez ele nem saiba da “marca” (não sei por onde anda hoje em dia), mas qualquer torcedor que tenha vivido os meados da década de 90 guarda na memória a figura de Castorzinho como o exemplo da esperança que não se concretizou.
Mas estaria eu cravando que Primão e Djair são exemplos comparáveis?
De forma alguma!
Fiz a analogia pois, vejo neste Campeonato Paranaense, um “divisor de águas” para estes dois importantes atletas da base alviverde.
Djair é o segundo volante que tanto sonhamos (ou deveria ser... Ou melhor, tem potencial para ser). Em toda a sua carreira pelas equipes de base, sempre se mostrou um defensor muito hábil, com qualidade tanto para o desarme quanto para a criação de jogadas. Um cabeça de área completo, como há muito não temos no time principal (voltando aqui a lembrar de Léo Gago, uma feria ainda aberta no time Coxa). Apesar de algumas (várias) chances no time principal, mesmo tendo feito bons jogos, não se firmou e mantém a incerteza de muitos na sua capacidade.
No mesmo barco está Thiago Primão. Referência de habilidade na base do Coritiba, foi o grande ícone do time campeão da Dallas Cup em 2012 (um passado bem recente), mas que, na equipe principal, jamais fez um jogo que o qualificasse como o grande jogador que muitos esperavam dele.
Em entrevista ao Portal Globo Esporte, em 31 de março de 2010, quando atuava pelo Sampaio Correia, Castorzinho comentou sobre seu início de carreira no Coritiba, e assim descreveu:
“Eu tive um início muito bom, mas só que não tive uma sequência de jogos no Coritiba. De 96 a 2002, em duas partidas eu entrei jogando e sempre fui bem. Nas outras partidas, eu entrava 15 minutos e se você é um jogador que sempre entra no finalzinho, você não tem oportunidade de render aquilo que é esperado.”
(http://globoesporte.globo.com/Esportes/Noticias/Futebol/Copa_do_Brasil/0,,MUL1553114-9830,00.html)
As palavras de Castorzinho podem soar como uma “desculpa padrão” para um jogador oriundo da base e que não corresponde às expectativas criadas. Porém, é exatamente aí que está a grande diferença entre Castor e a dupla Djair e Primão.
Djair e Primão terão um campeonato todo para si (ou parte importante dele). Terão a chance de ouro que poucas promessas têm, de atuar sem pressão e com chance de desenvolver seu futebol, desfilando como peças principais e com tempo para se adaptar e efetivamente jogar.
O Campeonato Paranaense tem tudo para ser a redenção desses dois jovens atletas. Ou não!
Tenho certeza que ambos sabem da chance que terão e da responsabilidade que isso acarretará.
É hora de definir quem finalmente vingará e quem integrará o rol das “eternas promessas”.
Um abraço!!
Luiz Berehulka
A opinião dos colunistas não refletem, necessariamente, a opinião do site.
Cada colunista tem sua liberdade de expressão garantida e assinou um termo de uso desse espaço.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)