
Reflexões em Verde e Branco
Pois é, escrever sobre nosso Coxa é isso mesmo. Bater na tecla de erro na montagem do elenco chega a ser cansativo, mas é o que vemos “na prática” dentro de campo.
Dizer que o time é ruim, eu considero um engano. Manifesto reiteradamente que nosso elenco pode não ser um “plantel dos sonhos”, mas está longe de ser um dos candidatos ao descenso.
O problema é realmente técnico (não dos atletas, mas dos profissionais que avaliaram as contratações). Montou-se um grupo de jogadores de maneira equivocada, deixando de reunir características essenciais para a formação de um conjunto, focando-se simplesmente em peças, que, muitas vezes, não se encaixam.
Dizer que jogadores como Vanderlei, Lucas Claro, Leandro Almeida, Alex, Robinho, Zé Love... Até mesmo Germano, Gil, Carlinhos e Dudu são ruins, ou que não estampariam o rol de atletas de um bom time de futebol, seria estupidez.
Reservas do quilate de Reginaldo, Bonfim, Hélder, Élber, Keirrison, Geraldo não sugerem um mau time... Muito pelo contrário.
A questão é grupo, é conjunto.
Temos excelentes zagueiros, mas nenhum com desenvoltura e recursos para jogar à frente, atuando como um líbero em momentos chave.
Temos excelentes volantes, mas há anos não “achamos” um segundo volante que cadencie o jogo e consiga distribuir, seja com passes curtos ou lançamentos.
Temos excelentes meias, mas somos dependentes de Robinho na condução de bola e de Alex no refino do “último passe”.
Temos excelentes atacantes, mas desde o “lesionável” Deivid que não vemos um 9, um atleta de referência dentro da área.
Temos excelentes laterais, sejam marcadores ou apoiadores... Mas sequer lembramos a última vez que tivemos um jogador de ala completo, com boa cobertura e bom apoio.
Contratar depende de uma análise de time em aspecto geral. Não se contrata simplesmente por característica individual, mas de “encaixe” de determinada peça na “engrenagem” que já está a funcionar.
Veja o “saudoso” time de 2011, onde pouquíssimos eram os atletas “estrelados”, mas cada qual, em seu papel, cumpria com a função que o time necessitava. Nesse ciclo virtuoso, até os reservas aparecem bem, pois a “máquina funciona por si só”, não sendo dependente de uma peça ou outra.
Quer um exemplo? Aquino, hoje tão contestado, era um “reserva de luxo” e chegou a ser o maior goleador nosso em Copas do Brasil, dentro de um time que simplesmente “funcionava”.
Antes disso, me recordo do lendário time de 98, com Struway, Sandoval, João Santos e cia. Os chamados “renegados” do futebol brasileiro se encontraram aqui e “funcionaram”.
Reparem, são exemplos que fogem de “peças” e mostram o quão importante é o aspecto de conjunto.
Na mesma mão, temos verdadeiras “seleções” que simplesmente “não deram certo”. E a análise é exatamente a mesma. Os porquês são exatamente os mesmos!
Independentemente do desfecho deste ano e do resultado das eleições que virão no encerrar de 2014, o Coritiba precisa ter como “foco” a estruturação do Departamento de Futebol e a implantação de uma filosofia de trabalho que vise o resultado de longo prazo e a sustentabilidade do time.
Fazer o Coxa “funcionar”, alheio a determinadas peças e/ou destaques, é a grande receita. Principalmente para times como o nosso, que vivem no limiar financeiro e há “anos luz” dos beneficiados do “eixo”.
É preciso uma superintendência de futebol técnica, profissional e isenta... E que desenvolva um trabalho planejado. Não há espaço para amadores, não há espaço para aventureiros, muito menos para empresários e “braços” destes. Não há outro caminho!
Um abraço!!
Luiz Berehulka
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