
Reflexões em Verde e Branco
Rodou o facebook uma montagenzinha que fiz, com a Cinderela vestindo a camisa do Londrina. O Dr.X colocou aqui também no Coxanautas a imagem... enfim, teve uma repercussão maior até do que eu imaginava.
Mas a questão, por trás da piadinha, é bem interessante de ser analisada, porque, em verdade, não é tão “piada” assim.
A analogia do que vem acontecendo esse ano com a torcida do Londrina, com o Conto de Fadas em questão, é perfeitamente cabível, bastando tão somente ignorar a figura da “Fada” e colocar em seu lugar um outro personagem: “O Empresário”!
Nos livros de estórias, a fadinha chega e oferece, em um passe de mágica, tudo o que a pobre moça sempre sonhou e nunca teve, mas apenas por uma noite... para depois a pobre menina voltar à sua triste realidade. Da mesma maneira (e como pode se ver no Londrina de hoje), o empresário chega para um clube “marginal” (marginal no sentido de estar à margem dos grandes clubes, com grandes orçamentos) e lhe oferece a chance de se sobressair, de viver seu “Conto de Fadas”, mas apenas por um campeonato... para depois o pobre time voltar à sua triste realidade.
A diferença é que no Conto de Fadas, invariavelmente aquele “momento”, no final, passa a ser a realidade definitiva, e “todos vivem felizes para sempre”. Mas no futebol não é assim... jamais é assim!
Diferentemente da “Fada”, o Empresário não concede um desejo, ele faz uma troca... e essa troca quase sempre não é proporcional. Os poucos momentos de exposição e bom futebol, são cobrados caros, e, na contrapartida, o Empresário reavê seu investimento, aufere seu lucro e parte para o próximo clube desesperado por um momento de encanto.
O “mercado” é cruel... não existem fadas... não existe altruísmo.
Dessa vez é o Londrina que está deslumbrado (e deslumbrante, por que não?), chamando a atenção no “baile” e vivendo o seu momento. Ontem foi o Cianorte que calçou os sapatinhos de cristal...
Não se vê um futuro para o Londrina. Basta olhar para trás e ver o ACP, Campeão Paranaense de 2007... o antes difícil Iraty, que perdeu sua “Fada” para o próprio Tubarão...
Enfim, o futebol não é um “Conto de Fadas”. Ninguém cresce num “passe de mágica”, ninguém se torna grande por conta de um “momento” (o São Caetano que o diga). Hoje, com o esporte virando um grande mercado, o sucesso passa pela estruturação, responsabilidade administrativa e gestão profissional. Qualquer coisa fora disso, é “conto de fadas”, e como sabemos, na vida real do futebol, os finais nunca são felizes.
Obs: E isso tudo sem entrarmos na análise do fato dos torcedores do interior abraçarem os times do eixo Rio-São Paulo ou mesmo do Rio Grande do Sul, em detrimento de prestigiar sua própria cidade ou estado. Mas isso é assunto para uma nova postagem.
Um abraço!!!
Luiz Berehulka
A opinião dos colunistas não refletem, necessariamente, a opinião do site.
Cada colunista tem sua liberdade de expressão garantida e assinou um termo de uso desse espaço.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)