
Reflexões em Verde e Branco
A diferença entre um jogador de futebol e um ídolo é clara para todo mundo, muito embora, na maioria das vezes seja difícil explicar o que separa um de outro.
Ser ídolo, no meu modo de ver, é extrapolar os limites do que se espera da pessoa enquanto atleta, é dar, além do seu melhor, algo a mais. Ser ídolo é ser exemplo, não apenas de desempenho, mas de caráter, hombridade, humanismo e gratidão.
Hoje, Alex faz seu milésimo jogo profissional na carreira.
Só a marca já é algo a ser celebrado e guardado na memória do futebol, mas a festa dessa noite vai além... Será o júbilo de um ciclo, a reafirmação definitiva, a união de todos os Coxas Brancas em torno de um craque, de um ídolo, que honrou não apenas a sua promessa, mas o seu amor por um Clube de futebol.
Ser Coxa não é simplesmente ter o privilégio de torcer para o mesmo time de um craque como Alex... Não... Ser Coxa é ter o privilégio de ter visto o Beiço jogar sua primeira partida como profissional e estar aqui, agora, comemorando junto com ele sua partida de número 1000!
Para quem vê de fora, são apenas números e datas expressivas. Para nós, é mais do que orgulho!
Hoje, Willian Farias anuncia sua saída do Alto da Glória.
Normal, jogadores vêm e vão, e é natural que um atleta como Willian, com tantos anos de clube, alce vôos mais altos e busque seus sonhos.
Nesta transição, é comum que muitos questionem até onde vai o “amor” de um jogador por um clube de futebol... O atleta, via de regra, justifica sua posição dentro do conceito de “profissionalismo” e sai “sem olhar para trás”, pensando num retorno tão somente quando suas forças já não o credenciam mais para o mercado.
Pois saibam, que mesmo no futebol “profissional” moderno, ainda há espaço para o romantismo de quando se jogava por um ideal.
Willian foi atrás dos “seus” objetivos, mas não deixou que o mercantilismo ferisse seu sentimento de torcedor, seu sentimento de amor pelo Coxa, seu sentimento de gratidão... Willian colocou como “condicionante” do contrato, que o Coritiba mantivesse 50% de seus direitos federativos, preservando ao seu time de coração uma considerável porcentagem no caso de uma boa transferência.
Como disse no início, poucas (mas importantes) coisas separam jogadores de ídolos... Willian sempre jogou com raça e honrou nossa camisa, hoje honra suas próprias palavras de torcedor, provando seu amor e, definitivamente, elevando-se a um patamar acima dos meros atletas.
Um abraço!!
Luiz Berehulka
A opinião dos colunistas não refletem, necessariamente, a opinião do site.
Cada colunista tem sua liberdade de expressão garantida e assinou um termo de uso desse espaço.
Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmos 30:12)