
Reflexões em Verde e Branco
Não, não vou falar de Vilson ou de Alex. Esse assunto já "encheu" e praticamente tudo o que vemos na mídia é baseado em “meias verdades” que encobrem uma grande guerra política, onde lado nenhum tem razão! Lado NENHUM!
Quero falar de outra coisa.
Sempre tive aversão a torcidas organizadas.
Até mesmo por ter conhecidos em torcidas (não apenas nas do Coxa) e ter vivido próximo a elas e à mentalidade delas na minha adolescência, fui criando uma repulsa.
Já fui atacado pela torcida do Atlético quando tinha apenas 16 anos e voltava de um jogo do Coxa com minha mãe... Já fui ameaçado pela própria torcida do Coritiba, usando minha camisa do Coxa, porque estava acompanhado por alguém com camisa de time rival (longe, muito longe do nosso estádio).
Presidentes de torcidas eram tratados como líderes que impunham medo. E gostavam disso! Posavam sem camisas suas tatuagens, em qualquer lugar (mesmo longe de jogos e estádios), sempre cercados de “puxa sacos” prontos para arranjar briga ou intimidar quem estivesse com camisa de rivais, ou mesmo “olhasse atravessado”.
Era assim... Em alguns lugares ainda é... Negar é ser hipócrita ou mentiroso.
Porém, por conta de estar aqui escrevendo e sempre participando ativamente das coisas ligadas ao Coxa, seja nas redes sociais, seja em eventos, seja contribuindo com o clube, acabei me aproximando e conhecendo (pouco) o atual presidente da Império, Reimackler Graboski.
Nunca fui preconceituoso e jamais minhas convicções me impediram de debater e ter sempre a visão aberta ao que acontece. Tenho minhas certezas, mas não as deixo me cegar.
Aos poucos, o trabalho do Reimackler começou a chamar minha atenção, e a cada ato seu, muito do que eu entendia como “torcida organizada” começou a se desmistificar.
Depois de 2009, quando tudo foi jogado nas costas da Império Alviverde (não que possa isentar-se de culpa, mas não foi a única responsável... Longe disso), pude perceber um intenso trabalho pró ativo, não apenas para resgatar a imagem da torcida, mas também, e principalmente, mostrar que ela só existe por uma razão: O Coritiba Foot Ball Club.
Incontáveis vezes fui testemunha de debates sobre a violência e o claro objetivo de combatê-la. E aí, quem imagina que tudo não passa de “máscara” para atender a opinião pública e evitar os movimentos contra organizadas, mal sabe que muito mais é feito nos bastidores, sem sequer publicidade, sem nenhum alarde, sem nenhuma exposição.
Campanhas para doação de sangue, visitas regulares em lares de crianças, orfanatos, doações de alimentos... São ações que a Império Alviverde vem realizando com freqüência, e sem nenhum objetivo a não ser o filantrópico.
Esses dias, um menino com sérias deficiências queria ver um jogo do Coritiba em meio à torcida. Toda ela se mobilizou e conseguiu realizar o sonho do garoto. Uma ação conjunta de todas as alas da Império, que foi atrás da satisfação de um desejo, não meramente para fazer alguém com limitações conseguir ver um jogo no estádio, mas provando que o espírito dessa torcida é outro, distante daquelas velhas impressões e muito próximo daqueles ideais românticos que ainda nos fazem gostar desse esporte.
É óbvio que muitas dificuldades e problemas ainda persistem. Não é simples lidar com massa e o ser humano é um animal complexo, ainda mais no que tange seu comportamento de grupo.
Mas medidas como a insistente tentativa de debate acerca da conscientização da função social da torcida, ações filantrópicas sem nenhuma publicidade, a atitude digna de ir pessoalmente pagar a conta da baderna realizada por alguns em uma lanchonete no retorno de uma partida, a postura de se negar a misturar a Torcida Organizada com posições políticas do Clube, ou mesmo a singela iniciativa de buscar a simples realização do sonho de um garoto deficiente, mostram que Reimackler Graboski não apenas é um exemplo, mas um divisor de águas no turbulento histórico das torcidas organizadas.
Essa semana, em meio ao “bafafá” sobre a falaciosa pretensão de aposentadoria de Alex, a Império, na pessoa de seu presidente, posicionou-se por não comparecer ao “Movimento Fica Alex”, pelo simples fato de não ter ouvido do próprio jogador a informação e se negar a contribuir com boatos que possam prejudicar ao Clube.
Postura apolítica, foco no apoio ao time, conscientização de grupo e função social.
Nos dias de hoje, quando a desesperança toma o senso comum, é de se valorizar o surgimento de pessoas comprometidas e que efetivamente se esforçam para mudar as coisas no sentido de algo melhor.
Reimackler... Meus respeitos!
Um abraço!!
Luiz Berehulka
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