
Reflexões em Verde e Branco
É fato que o Coxa estava vivendo num mundo mágico. Envolto à mística de uma liderança inédita na fase de pontos corridos do Brasileirão, mantinha sua invencibilidade e carregava a alcunha de “sensação”.
Os empates fora eram comemorados pela torcida, pois preservavam o tabu e a aura de imbatível, além de mais e mais estabelecer na mídia nacional um respeito poucas vezes antes visto.
Mas enfim (e para o bem do Coritiba) essa invencibilidade fora quebrada!
Da melhor forma possível, jogando bem e numa partida onde um revés não seria um resultado descartável (dado à força do adversário em seus domínios), o Verdão teve seu choque de realidade, sendo derrotado para o Cruzeiro e percebendo que o equilíbrio do Brasileiro pode deixar muito próximos aqueles que lutam por algo, daqueles que simplesmente tentam se salvar.
E foi nesse cenário que a equipe do Coxa seguiu para Porto Alegre, ainda desfalcado de Alex, para disputar uma partida dificílima, sabendo que era um time falível (como qualquer outro) e que, caso perdesse, deixaria (por hora) a briga pela ponta e manteria-se no “grupo intermediário” ombro a ombro para o ingresso no G4.
Nada de anormal. Uma derrota na Arena Gremista não seria surpresa (estamos falando de um time tradicional, sabidamente aguerrido e ao lado de sua torcida)... Mas naquela noite de 08 de agosto, quem entrava no campo do Grêmio não era aquele Coritiba das manchetes dos jornais, mas aquele Coritiba que conhecemos, que sabe das suas deficiências, mas que também tem pela consciência das suas qualidades.
Era um Coritiba que não estava ali para manter-se na mídia, mas para manter-se na ponta!
Marquinhos Santos, muito criticado no Campeonato Paranaense por suas experiências táticas, colocou o time num 3-5-2 que anulou o técnico adversário. O Coxa engoliu o Grêmio em plena Arena e, na base da pressão, abriu o placar já no primeiro quarto do jogo!
O time da casa tentou equilibrar na base dos levantamentos na área (pois com a bola rolando estava difícil suplantar a eficiência tática do Coritiba), mas o domínio estéril dava espaço para o contra ataque Coxa, que colocou o Verdão em chance de ampliar algumas vezes.
O segundo tempo seguiu o mesmo diapasão. Apenas ao final da partida, o tricolor gaúcho tentou uma blitz, mas que fora suportada magistralmente pela defensiva Coxa.
Placar final, vitória por 1 a 0, longe do Couto, sem Alex e contra um dos times mais difíceis de se vencer em sua casa.
Na aritmética, a fantasia da invencibilidade nos faria regozijar com dois empates fora... Mas na realidade nua e crua do Brasileirão, o Coxa deixa de lado uma mística simbólica, para trazer na bagagem 3 pontos e a sua consolidação ao grupo de frente, ao grupo que segue lutando pelo título!
Botafogo, Cruzeiro e Coxa começam a abrir vantagem para o “resto”. A invencibilidade virou abóbora e agora não temos mais espaço para tabus. Hora de matarmos os próximos dois jogos em casa e seguirmos nessa busca pelo bi campeonato.
Se faltava uma vitória fora de casa, ou uma apresentação convincente sem Alex em campo... Agora não falta mais nada! 1985-2013 – Eu tenho certeza!!!
Um abraço!!
Luiz Berehulka
Ps. Desculpem as fotos de menor qualidade e sem a identidade visual que tem sido mantida no Blog, mas estou temporariamente sem meu computador (na manutenção), usando um "reserva" sem os mesmos recursos! Na próxima tudo estará de volta ao "padrão"!
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