
Reflexões em Verde e Branco
Para ninguém pautar a coluna com juízo de valor (otimista/pessimista), vamos apontar alguns aspectos, de forma fria e pragmática, desse reinício de ano:
1 – Lá se vão 4 jogos, sendo 3 fora de casa, e o time continua invicto.
Pra quem acompanhou o Blog ano passado, será fácil lembrar que, a inércia fora de casa, sempre foi um dos problemas a ser urgentemente resolvido no Coritiba. O time já entrava derrotado em campo, sem força, sem gana, sem esperança alguma de vitória.
Foram pelo menos dois anos assim, sendo "saco de pancadas" fora de casa. Era intrigante (pra dizer o mínimo) ver o Coritiba fazer campanha de campeão dentro de casa e de rebaixado fora do Couto.
Hoje, mais do que a invencibilidade que se mostra, podemos ver um time que sai do Couto com objetivos claros. Com cautelas, logicamente, mas sem amedrontar-se. Com postura em campo e com alternativas para buscar os resultados, coisa que não se via por aqui há muito tempo.
2 – Baraka e Jajá caíram como uma luva neste time.
Ponto para o departamento de futebol, que "apontou e atirou certo" em dois nomes que não vieram para “compor elenco”, mas sim para serem efetivamente chamados de “reforços”.
Reparem que Baraka, por exemplo, não apenas resolveu a “sua posição”, mas deu condições para o Chico recuperar seu futebol fazendo a dupla de proteção à zaga. Da mesma forma que, ambos, deram a segurança necessária para Luccas Claro e Leandro Almeida também se reafirmarem.
Uma peça (Baraka), além de um reposicionamento bem pensado e uma forma de tática de marcar sema bola, transformaram um setor instável e temeroso, num dos pontos fortes desse novo Cortitiba.
Jajá é aquele atacante de velocidade que buscávamos desde a saída de Rafinha. Obviamente, com características diferentes, mas que exerce a função da forma que se espera, puxando o ataque, muitas vezes pelos lados, sendo não só a “válvula de escape” do time, mas o elo de aproximação entre o meio e a frente.
Seu encaixe no elenco foi importante não apenas pela questão técnico/tática, mas por fortalecer a suplência, deixando o bom Roni e o rápido Geraldo como opções dependendo do desenrolar das partidas.
Um elenco, não apenas um time.
3 – O Coritiba está criando, mesmo sem Alex.
Outro ítem que causava algum calafrio nos torcedores alviverdes e era a tão falado (e adorado pela nossa medíocre imprensa local), diz respeito à tal “alexdependência”.
Pois lá se foram 4 partidas, nenhuma com Alex, e o setor de criação não está deixando à desejar.
Se a falta de gols era reclamação recorrente até a penúltima partida (contra Caldense), isso só se dava porque o meio criava chances que não estavam sendo aproveitadas pelos avantes.
Detalhe que a inteligência do time está a cargo de Robinho e Gil.
Da mesma maneira como aconteceu com a entrada de Jajá, a volta de Alex trará um upgrade nesse setor, não apenas melhorando a criação, mas fortalecendo o banco com o excelente Gil (provavelmente) sendo opção para uma postura mais defensiva (quando necessário) sem perder o poder de armação.
Como disse acima, um elenco, não apenas um time. Aos poucos, afastando fantasmas, que talvez nunca existiram, mas que nossa má condição nos fez acreditar...
Pra fechar, resta-nos lembrar que reforços ainda estão chegando, como o lateral Reginaldo do Maringá, ou mesmo o atacante Fumaça do Rio Branco.
Como citei no início, o objetivo desta vez não é fazer juízo de valor, por isso me privarei de comentar sobre as esperanças que deposito nessa nova fase.
No entanto, a pública busca do departamento de futebol por mais um zagueiro e mais um atacante, mostram que o Coritiba sabe da necessidade de um grupo forte para o Brasileiro e não está de braços cruzados.
A evolução está sendo vista, e mais do que simplesmente despontar numa boa fase, vemos antigos maus paradigmas sendo um a um quebrados.
Como dizem os "boleiros": Parece que a “nhaca” está saindo!
Um abraço!!
Luiz Berehulka
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